Um ator foi publicamente acusado de agredir antigas parceiras, outro é um fervoroso apoiante de Donald Trump e outro também terá alegadamente assediado as colegas.

Mas Francis Ford Coppola diz que foi intencional a escolha de Shia LaBeouf, Jon Voight e Dustin Hoffman para o elenco do seu novo filme “Megalopolis”. Discretamente, os dois primeiros estiveram mesmo na antestreia mundial no Festival de Cannes em maio.

O próprio realizador também tem a sua dose de controvérsia: alegações de comportamentos inapropriados com figurantes femininas durante a rodagem, incluindo beijos e abraços contra a sua vontade, que diz serem "falsas".

“O que não queria que acontecesse é que fôssemos considerados uma espécie de produção 'woke' de Hollywood que está simplesmente a dar um sermão aos espectadores”, disse o lendário cineasta de títulos como "O Padrinho" ou "Apocalypse Now" numa entrevista à Rolling Stone (acesso pago).

E acrescentou: “O elenco tem pessoas que foram canceladas num momento ou noutro. Havia pessoas que são arquiconservadoras e outras que são extremamente progressivas politicamente. Mas estávamos todos a trabalhar juntos num filme. Isso foi interessante, pensei".

Em Cannes: Shia Labeouf, Chloe Fineman, Adam Driver, o cineasta Francis Ford Coppola, Laurence Fishburne, Grace Vanderwaal, Jon Voight e D.B. Sweeney

Coppola reconheceu que ficou a conhecer a famosa intensidade do método de trabalho de Shia LaBeouf e a relação foi tensa.

“Não tinha a experiência em trabalhar com ele antes disto, mas ele deliberadamente cria uma tensão entre ele e o realizador a um grau extremo. Faz-me lembrar Dennis Hopper, que fazia algo semelhante, e depois se dizia 'Vai fazer qualquer coisa’, e eles vão e fazem algo brilhante”, comentou.

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O novo épico que o realizador financiou do seu bolso (mais de 100 milhões de dólares) tem um enredo difícil de resumir, tratando-se de uma fábula romana ambientada numa América Moderna imaginada que relata os esforços de um arquiteto ambicioso - protagonizado por Adam Driver - para fazer renascer uma Nova Iorque em decadência, atrapalhados por um presidente de câmara ressentido (Giancarlo Esposito).

A estreia em Portugal está confirmada com a distribuição da Midas Filmes, faltando anunciar a data de estreia.

Na semana passada, o estúdio removeu das suas redes sociais o trailer oficial menos de 12 horas após o lançamento na semana passada quando foi confirmado que citações negativas de antigos filmes de Coppola eram falsas e inventadas, mas não o bloqueou noutras entidades.

VEJA O TRAILER ORIGINAL.