Aos 81 anos, Martin Scorsese soma e segue, sem planos para a reforma.
De facto, o aclamado cineasta está em plena campanha com "Assassinos da Lua das Flores" que o pode levar a somar mais algumas nomeações para os Óscares e revelou que vai mesmo avançar com um filme sobre Jesus.
O projeto tinha sido anunciado informalmente após uma breve audiência privada com o Papa Francisco no Vaticano no final de maio de 2023, mas só deixando no ar que poderia ser o seu próximo projeto.
A confirmação chegou esta semana graças a um perfil no jornal Los Angeles Times, onde diz que escreveu um argumento com Kent Jones (o realizador do documentário "Hitchcock/Truffaut") e que ambos estão a "nadar em inspiração" e ainda a tentar perceber o rumo, mas a intenção é avançar com a rodagem ainda em 2024.
O filme terá uma abordagem diferente do seu aclamado e controverso "A Última Tentação de Cristo" (1988), a partir de um livro de Shūsaku Endō de 1978 intitulado "A Life of Jesus", e será muito mais curto do que vários filmes da sua carreira: cerca de 80 minutos.
Outro livro do falecido autor japonês já inspirou Scorsese para "Silêncio", com Andrew Garfield e Adam Driver, de 2016.
O realizador também vê a história a decorrer na atualidade, mas o jornal acrescenta que "Scorsese não quer ficar preso a um determinado período, porque quer que o filme pareça atemporal”.
Com uma carreira marcada pela religiosidade e, especificamente, a culpa católica, Scorsese também diz que "estou a tentar encontrar uma nova forma de o tornar mais acessível e eliminar o ónus negativo do que tem sido associado à religião organizada”.
E acrescenta: "Neste momento, 'religião', diz-se esta palavra e todos ficam em pé de guerra porque falhou de tantas maneiras. Mas isso não significa necessariamente que o impulso inicial estivesse errado. Voltemos a ela. Pensemos nela. Pode-se rejeitá-la. Mas pode fazer a diferença em como viver a sua vida - mesmo ao rejeitá-la. Não a descartem de imediato. É só disso que estou a falar".
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