Rocky Balboa perdeu Paulie, o seu melhor amigo e cunhado: o ator Burt Young morreu a 8 de outubro em Los Angeles. Tinha 83 anos.
A notícia foi confirmada pela sua filha esta quarta-feira ao jornal New York Times, sem revelar a causa.
Com mais de 160 créditos em cinema e televisão, muitas vezes em papéis de "duro", este ator descendente de italianos, cujo nome verdadeiro era Gerald Tommaso DeLouise, nasceu a 30 de abril de 1940 em Queens (Nova Iorque) e fazia mistério sobre o seu passado.
Terá abandonado a escola aos 15 anos para se juntar aos Fuzileiros, servindo entre 1957 e 1959, altura em que praticou boxe e conseguiu 32 vitórias em 34 combates. Mais tarde, terá passado a profissional, somando 17 vitórias sem derrotas sob três nomes diferentes e chegando a ser treinado pelo lendário Cus D’Amato.
O percurso artístico começou com dois anos a estudar com o lendário professor de representação Lee Strasberg no Actors Studio.
Uma participação não creditada como empregado de bar numa 'soap opera' [telenovela] em 1969 e o filme de terror "Carnival of Blood" em 1970 assinalam o início da carreira.
Normalmente em papéis de duro ou marginais, seguiram-se participações secundárias em vários títulos, como “Born to Win” (1971), "Mafiosos Enlatados" (1972), "Os Detectives" (1972) e "O Passe da Meia-Noite" (1973), mas fez-se notar verdadeiramente em "Chinatown" (1974), de Roman Polansky, e "O Vício do Jogo" (1974), de Karel Reisz.
Terá sido "Assassinos de Elite" (1975), de Sam Peckinpah, o terceiro filme que fez com James Caan, interpretando o seu leal motorista, que chamou a atenção de Sylvester Stallone.
O papel do fiel, ressentido e temperamental Paulie Pennino, irmão mais velho de Adrian (Talia Shire), no vencedor do Óscar "Rocky" (1976), valeu a Burt Young a única nomeação para as estatuetas douradas, como Ator Secundário. Regressou para todos os filmes da saga até "Rocky Balboa" em 2006, mas não "Creed" (2015), onde é mencionado que Paulie morreu em 2012.
O primeiro filme lançou-o efetivamente para uma prolífica carreira como secundário em títulos de qualidade muito variável, que inclui "O Comboio dos Duros" (1978), "A Ponte de Brooklyn" (1984), "Era Uma Vez na América" (1984), "Iniciação ao Crime" (1984), "Regresso à Escola" (1986), "A Última Saída para Brooklyn" (1989), "A Mulher das Nossas Vidas" (1997), "Mickey Blue Eyes" (1999), "Terra da Abundância" (2004), "Transamerica (2005), "Histórias de Cabaret" (2007) e "Todos Ganhamos" (2011).
Um raro papel como protagonista foi em "Uma Razão para Viver" (1978), com argumento da sua autoria sobre um trompetista de jazz que encontrava a redenção após a sua vida implodir.
No pequeno ecrã, entrou como ator convidado em "Miami Vice", "Tales from the Crypt", "The Outer Limits", "Lei & Ordem: Unidade Especial" e até "Walker, o Ranger do Texas", mas a imprensa norte-americana destaca principalmente a participação em "Lei e Ordem", num episódio de 1997 chamado “Mad Dog”, e na série "Os Sopranos" como o pai da personagem Bobby “Bacala” Baccalieri.
Burt Young, que mantinha uma presença regular nas redes sociais, foi ainda pintor, com obras expostas em galerias na Flórida e Nova Jérsia.
Na vida pessoal, casou com Gloria DeLouise em 1961 e teve uma filha, enviuvando em 1974.
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