Há algum tempo, quando questionado sobre futuros projectos,
Robert Zemeckis revelou numa entrevista à MTV que «agora que temos a capacidade, as ferramentas digitais e o «performance capture», estou a começar a pensar em voltar ao
Roger Rabbit». Quando lhe perguntaram se a tecnologia utilizada seria a antiga animação tradicional ou a mais recente que tem utilizado em filmes como
«Polar Express», o cineasta, sem querer adiantar muito, deu a entender que utilizaria ambas.
Entretanto, além de ter assumido recentemente que já tinha tido conversas com
Bob Hoskins sobre a possibilidade dele regressar ao papel de Eddie Valiant num eventual segundo filme, Zemeckis, na recente Comic-Con de San Diego, sublinhou que «só vos posso dizer isto – se o projecto for mesmo para a frente, e para quem ninguém fique preocupado, as personagens animadas em desenho animado do filme original permanecerão em desenho animado. Não vão ser dimensionalizadas, mas quem sabe? Pode haver outras coisas em 3D no filme».
A verdade é que
Roger Rabbit é um caso quase inédito na cinematografia de Hollywood das últimas décadas: um imenso sucesso de bilheteira que nunca teve sequela. Claro que isso aconteceu em títulos que se prestavam pouco a seguimentos cinematográficos (
«E.T. O Extraterrestre»,
«Titanic»,
«A Paixão de Cristo») mas não foi essa a razão que deteve a sequela ao maior êxito de bilheteira de 1988, que rendeu 330 milhões de dólares de receitas em todo o mundo.
O filme, realizado por
Robert Zemeckis com
Richard Williams responsável pela parcela de animação, foi revolucionário na fusão de desenhos animados e figuras reais numa era em que a utilização dos computadores para efeitos especiais cinematográficos era quase inexistente. A dificuldade veio de ser uma co-produção entre a Disney e a Amblin, de
Steven Spielberg, com a divisão dos imensos lucros do filme e da imensidão de produtos derivados a revelar-se um quebra-cabeças difícil de resolver. Ainda por cima quando havia à mistura personagens de outros estúdios, exigências de copyrights difíceis de resolver e situações caricatas e absurdas, como a de Zemeckis se ter visto contratualmente forçado a dar a Mickey, emblema máximo da Disney, e a Bugs Bunny, emblema máximo da Warner, precisamente o mesmo tempo de ecrã (ao segundo) e mesmo número número de palavras.
Além de terem sido produzidas mais duas curtas-metragens com Roger Rabbit, circula desde há muito em Hollywood um argumento de uma prequela ao filme, que nunca terá sido produzido pela impossibilidade de voltar a colocar em acordo todas as partes interessadas na produção do projecto.
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