Um tribunal de Teerão condenou o realizador iraniano Saeed Roustayi, de 34 anos, a seis meses de prisão por ter apresentado o seu filme "Os Irmãos de Leila" no Festival de Cannes em 2022, anunciou o jornal reformista Etemad esta terça-feira.
A longa-metragem conta a história de uma família pobre no Irão, no contexto de uma crise económica grave. O filme foi proibido no país desde o seu lançamento, no ano passado, por ter "violado as regras ao participar, sem permissão, em [os festivais de] Cannes e Munique", segundo as autoridades.
Era o mais recente trabalho do realizador que já causara controvérsia com “A Lei de Teerão”, sobre um polícia na brigada de narcóticos em Teerão, cidade muito afetada pela toxicodependência.
"O tribunal revolucionário de Teerão condenou Saeed Roustayi e Javad Norouzbeigui, realizador e produtor do filme, a seis meses de prisão", informou o jornal no seu 'site'.
Os dois foram acusados de "contribuir para a propaganda da oposição contra o sistema islâmico" no Irão.
O tribunal, no entanto, determinou que os realizadores irão cumprir apenas um vigésimo da pena, ou seja, nove dias, enquanto o restante "ficará em suspenso por cinco anos", período em que eles não poderão exercer "atividades ligadas ao crime cometido, nem comunicar com pessoas que atuam no setor do cinema", descreveu o jornal. Os acusados têm 20 dias para recorrer da decisão.
"Os Irmãos de Leila" concorreu à Palma de Ouro em Cannes no ano passado. Perdeu a honra principal, mas foi premiado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema.
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