Neste filme, com argumento de Tiago R. Santos e
António-Pedro Vasconcelos, o realizador quis abordar um drama social, o afeto e uma história de amor, colocando-se a si mesmo a pergunta: para que serve o cinema perante tempos de crise? Numa entrevista à agência Lusa, em 2013, durante as rodagens feitas em Lisboa, recordou os filmes que fez sobre o trabalho infantil (
«Jaime») ou sobre a vida dos ex-combatentes da guerra colonial (
«Os Imortais»), concordou que o cinema tem de mostrar a realidade, mas reconheceu que não pode deixar os espetadores mais deprimidos, nem «vender-lhes escapatórias».
«A única coisa positiva de que eu posso falar às pessoas é o amor. É o meu único filme de amor, verdadeiramente. Precisei de chegar a esta idade, para conseguir falar do amor como eu gostava», resumiu. A história de amor é vivida entre uma professora, Rosa, e um tradutor, Joaquim (
Maria do Céu Guerra e
Nicolau Breyner), cuja ligação é tão forte que não acaba depois da morte dele, que irá acompanhar a amada como um fantasma.
E o filme é também a história de Jó (João Jesus), 18 anos acabados de fazer, numa família problemática, num bairro difícil, que irá conhecer Rosa, de quem receberá o afeto que nunca teve.
Sobre o filme, os três atores, entrevistados pela agência Lusa na mesma altura, elogiaram sobretudo o guião, por ter uma história que «está bem metida na realidade portuguesa», como afirmou Maria do Céu Guerra. Nicolau Breyner concordou, destacando tratar-se de um «cinema de história, de humanidade, que fala de pessoas, sobretudo».
«Os Gatos Não têm Vertigens» marcará ainda a estreia no cinema de João Jesus, ator de 23 anos que passou pela escola do Teatro de Cascais, por peças aí encenadas e que entrou na série televisiva «E Depois do Adeus». João Jesus preparou-se para esta personagem com a sua própria experiência de vida, contou à Lusa.
Em «Os Gatos Não têm Vertigens», com José António Loureiro, na direção de fotografia, e Tino Navarro, na produção, entram ainda atores como
Ricardo Carriço,
Fernanda Serrano,
Afonso Pimentel e
Adelaide João.
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