Peter Jackson é o primeiro realizador a confirmar publicamente que Harvey Weinstein ajudou a prejudicar atrizes que não cederam aos seus alegados assédios sexuais.
Os caminhos de Jackson e Weinstein cruzaram-se no fim dos anos 1990 quando o primeiro tentou fazer "O Senhor dos Anéis" (2001-2003) para a produtora Miramax e o produtor terá feito com que tanto Mira Sorvino como Ashley Judd fossem excluídas do "casting".
"Recordo-me que a Miramax nos disse que elas eram um pesadelo para trabalhar e que as devíamos evitar a todo o custo. Isto foi provavelmente em 1998", revelou o realizador ao The Stuff da Nova Zelândia.
"Naquela altura, não tínhamos razão para questionar o que aqueles tipos nos diziam, mas olhando para trás, percebo que era muito provavelmente a campanha de difamação da Miramax a trabalhar a 100%. Agora suspeito que nos deram falsa informação sobre ambas estas mulheres talentosas e, em consequência direta, os seus nomes foram removidos da nossa lista", acrescentou.
Esta declaração também parece implicar o irmão e sócio Bob Weinstein, o que sai reforçado quando outra observação do realizador: "A minha experiência, quando a Miramax controlava 'O Senhor dos Anéis' [antes de passar para a New Line], é que Weinstein e o seu irmão portavam-se como rufias mafiosos de segunda categoria. Não eram o tipo de pessoas com quem queria trabalhar, portanto não trabalhei. Embora o seu nome tivesse de aparecer nos créditos de 'O Senhor dos Anéis' por razões contratuais, ele não esteve envolvido nos filmes que acabámos por fazer."
Uma porta-voz de Harvey Weinstein já desmentiu o relato, mas as próprias atrizes têm uma opinião diferente.
Nas redes sociais, Ashley Judd reencaminhou para o artigo dizendo apenas "Recordo-me bem disto".
Já Mira Sorvino foi mais emocional: "Acabei de ver isto depois de acordar, desatei a chorar. Lá está, a confirmação de que Harvey Weinstein prejudicou a minha carreira, algo que suspeitava mas não tinha a certeza. Obrigado, Peter Jackson, por ser honesto. Apenas estou muito triste."
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