Mais de 185 mil pessoas já foram ver "Mundo Jurássico: Reino Caído" nos cinemas portugueses em menos de três semanas, o que é um sucesso (ao nível do nosso mercado).
O mesmo acontece no resto do mundo: com 730 milhões de dólares de receitas, todos os que trabalharam no filme tem razões para estar contentes.
Todos menos Colin Trevorrow: o realizador do "Mundo Jurássico" de 2015, que também escreveu "Reino Caído" e é um dos produtores executivos, não gostou nada de ver que o último trailer mostrava... o fim do filme.
AVISO DE SPOILERS.
O filme termina com os dinossauros em fuga, mostrando por exemplo um T-Rex a enfrentar um leão, momentos-chave incluídos no trailer juntamente com aquela que é literalmente a última cena: a personagem de Jeff Goldblum, o doutor Ian Malcolm, a dizer "Bem-vindos ao Mundo Jurássico".
Numa entrevista ao Gizmodo na Austrália, Colin Trevorrow não deixou nas entrelinhas o que achou da decisão de mostrar tudo.
"Para mim foi muito frustrante", revelou.
"Existe uma relação com o marketing e existem muitas necessidades diferentes.", justificou.
"Tento ser muito lúcido e racional sobre isso, mas para ser sincero, a percentagem de pessoas que vê todos os trailers é muito, muito pequena. O resto do mundo pode ver só um", acrescentou.
Trevorrow argumentou ainda que a equipa de marketing pode ter tomado a decisão de mostrar o final por estar sob pressão "para convencer as pessoas a regressar" para ver mais um filme de uma saga que já tem 25 anos nos cinemas.
"Impede-nos de descansar sobre os louros e simplesmente partir do princípio que os espectadores vão aparecer. A parte negativa é que parece que o marketing sente constantemente a necessidade de conseguir resultados", garantiu.
"Sem dúvida que preferia que essas imagens não fossem vistas, mas se não viram os trailers, vão simplesmente ver o filme", rematou.
Em jeito de curiosidade, vale a pena acrescentar que para evitar que a equipa de marketing tivesse a "tentação" de revelar mais do que devia de "Gone Girl - Em Parte Incerta" (2014), com Ben Affleck e Rosamund Pike, o realizador David Fincher tinha estipulado no contrato que só podiam usar imagens dos primeiros 45 minutos do filme.
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