Norman Jewison, realizador da comédia romântica "O Feitiço da Lua" e do drama racial "No Calor da Noite", entre outros, morreu, aos 97 anos, informou o seu assessor de imprensa na segunda-feira (22).
Jewison "morreu pacificamente no sábado, 20 de janeiro de 2024, na sua casa", declarou Jeff Sanderson em nota enviada à AFP.
“O seu legado irá perdurar através dos seus filmes intemporais e das inúmeras pessoas e organizações que inspirou e continuará a inspirar gerações", reagiu o Centro Cinematográfico Canadiano, que fundou em 1986.
Os seus filmes, entre os quais estão "Um Violino no Telhado" (1971) e "Vêm aí os Russos, Vêm aí os Russos!" (1966), tiveram 46 nomeações para os Óscares e ganharam 12 estatuetas douradas da Academia.
Ao longo da sua carreira, foi nomeado três vezes para Melhor Realização, mas nunca ganhou.
A carreira de Jewison também inclui outros títulos que se tornaram clássicos, como "O Aventureiro de Cincinnati" (1965), com Steve McQueen, Edward G. Robinson, Ann-Margret e Karl Malden, onde substituiu Sam Peckinpah pouco depois do início da rodagem e que descreveu mais tarde como o filme que lhe permitiu fazer a transição das comédias românticas para temas mais sérios.
Também esteve à frente de "O Grande Mestre do Crime" (“The Thomas Crown Affair”, de 1968), com Steve McQueen e Faye Dunaway, a ópera rock "Jesus Cristo Superstar" (1973), o futurista "Rollerball - Os Gladiadores do Século XXI" (1975), protagonizado por James Cann, o drama político com Sylvester Stallone e Roed Steiger "F.I.S.T." (1978), "...E Justiça Para Todos" (1979), liderado por Al Pacino, "A História do Soldado" (1984), com Howard E. Rollins Jr., e "Agnes de Deus" (1985), com Jane Fonda e Anne Bancroft.
Em 1999, o famoso cineasta foi homenageado pela Academia com o prémio Irving Thalberg.
Com mais de quatro décadas na indústria do entretenimento, Jewison também conquistou vários prémios Emmy da TV.
“Os filmes de Norman Jewison eram histórias únicas, devido ao seu talento único”, recordou a ministra da Cultura canadiana, Pascale St-Onge.
O aclamado cineasta, que iniciou a carreira no género da comédia, rapidamente migrou para o cinema, onde se dedicou a produções com conteúdo social.
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Norman Jewison nasceu em Toronto, a 21 de julho de 1926. Começou a atuar ainda na infância, com alguns papéis no teatro da escola, mas foi atrás das câmaras que construiu uma carreira.
Teve as primeiras oportunidades na TV no Canadá, depois em Londres e Nova Iorque, onde trabalhou com nomes como Harry Belafonte e Judy Garland. A estreia no cinema aconteceu em 1962, com "20 quilos de Sarilhos", protagonizado por Tony Curtis, seguido por outras três comédias românticas, incluindo "Não me mandem flores" (1964), com Doris Day e Rock Hudson.
Jewison, que não abandonou completamente o género, começou a inclinar-se como cineasta para produções de conteúdo social. Mas foi "No Calor da Noite" (1967), protagonizado por Sidney Poitier, que o fez dar o salto para a fama.
A longa-metragem de suspense, que retrata de forma arrepiante o sul dos EUA, com Poitier como um modelo de integridade no meio da incompetência dos brancos do Mississípi, levou quatro prémios da Academia, incluindo o de Melhor Filme.
Em 1987, chegaria outro dos grandes sucessos da sua carreira, a comédia romântica "O Feitiço da Lua", protagonizada por Cher e Nicolas Cage, que arrasou nas bilheteiras e ganhou três Óscares, incluindo o de Melhor Atriz.
“Até logo, doce príncipe. Obrigada por uma das maiores, mais felizes e mais divertidas experiências da minha vida”, reagiu Cher nas redes sociais.
Jewison continuou a alternar entre comédias românticas e dramas com conteúdo social, como “O Furacão” (1999), com Denzel Washington. Nas últimas décadas, dedicou-se, principalmente, à produção.
O cineasta deixou mulher, três filhos e cinco netos.
* Notícia atualizada com mais informação às 9h30 de 23 de janeiro.
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