Gena Rowlands morreu ao lado da família, na sua casa em Indian Wells, Califórnia, informou o site TMZ.
A causa da morte não foi divulgada, mas o filho Nick Cassavetes anunciou em junho que a atriz sofria há cinco anos de Alzheimer, segundo o jornal New York Times.
Gena Rowlands protagonizou dez filmes de John Cassavetes, com quem foi casada durante 35 anos, até à morte do cineasta, em 1989.
A partir da década de 1960, o casal formou uma parceria cinematográfica singular e aclamada, que abordou a paixão e a autodestruição em ambientes marcados pelo álcool e a infidelidade.
Pelo filme "Uma Mulher Sob Influência" (1974), que muitos consideram a melhor interpretação da sua carreira, a atriz personificou uma esposa com distúrbios mentais, papel que rendeu um Globo de Ouro e a primeira de duas nomeações ao Óscar de Melhor Atriz.
A segunda nomeação para as estatuetas douradas chegou com "Glória", de 1980.
A carreira da atriz incluiu atuações no teatro e na televisão. No pequeno ecrã, foi nomeada oito vezes para os Emmys e ganhou três, pelos telefilmes "A História de Betty Ford" (1987), "Face of a Stranger" (1991) e "Cegueira Histérica" (2002). "A História de Betty Ford" também lhe valeu um Globo de Ouro.
Rowlands e Cassavetes tiveram três filhos, que trabalham no cinema e na televisão.
A atriz trabalhou sob a direção do filho Nick no popular drama romântico "O Diário da Nossa Paixão" (2004).
A norte-americana reformou-se em 2015, ano em que recebeu um Óscar honorário da Academia.
Personagens que dizem "coisas que as mulheres pensam, mas que não se esperam de um homem"
Gena Rowlands nasceu a 19 de junho de 1930 em Cambria, Wisconsin, numa família de classe média. O seu pai era senador estadual e a mãe uma pintora e atriz.
A atriz matriculou-se na American Academy of Dramatic Arts em Nova Iorque em 1953 conheceu Cassavetes, com quem casou um ano depois.
Ao falar sobre o marido, declarou que este "escreveu os melhores papéis que uma atriz pode sonhar", da prostituta em "Rostos" (1968) até a dona de casa de "Uma Mulher Sob Influência" (1974).
Rejeitou apenas um papel Cassavetes: precisamente a Mabel de "Uma Mulher Sob Influência", história prevista para ser uma peça teatro. Segundo Rowlands , era "muito intenso emocionalmente para interpretar todas as noites". Cassavetes reescreveu a história e transformou-a em filme.
Ele "falava sobre coisas que as mulheres pensam, mas que não se esperam de um homem", disse a atriz à AFP.
Quando o seu marido morreu em 1989, Rowlands ainda era uma atriz que trabalhava extensivamente no cinema e na televisão.
Após a morte de Cassavetes em 1989, Gena Rowlands continuou a trabalhar no cinema e televisão.
Woody Allen escolheu-a para o filme "Uma Outra Mulher" (1988). "Incapaz de um momento irreal", disse o cineasta sobre a atriz.
"Tudo o que se fale sobre Gena não é suficiente porque ela é incrível", comentou a atriz Winona Ryder, citada pelo LA Times em 1992, quando trabalhou com ela em "Noite na Terra", de Jim Jarmusch.
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