A Cineworld retirou o apoio à Academia de Cinema e Televisão Britânica (BAFTA).

Aquele que é o maior grupo de salas de cinema na Grã-Bretanha e o segundo do mundo, tomou a decisão após "Roma", da plataforma de "streaming" Netflix, ter recebido quatro prémios BAFTA, incluindo o de Melhor Filme, na cerimónia a 10 de fevereiro.

O filme já tinha ficado de fora do tradicional ciclo de Óscares organizado pelo grupo após ter sido conhecida a lista de nomeações em janeiro (que liderava em igualdade com "A Favorita").

Numa carta enviada aos seus membros esta quinta-feira, a Academia informou que o Cineworld retirou o seu apoio citando as mesmas preocupações da Vue, outro grupo de salas de cinema, em relação às regras de eligibilidade para os prémios de cinema.

Em consequência, deixam de poder ver filmes com o seu cartão entre segunda e quinta-feira nas mais de mil salas do grupo.

Recentemente, a Vue também ameaçou retirar o apoio aos BAFTA, alegando que esta tinha violado as suas próprias regras ao permitir a inclusão nos prémios do que descreveu como o "filme feito para televisão" de Alfonso Cuarón.

Segundo a Vue, este não esteve em exibição nos cinemas o tempo suficiente para se qualificar para os BAFTA, o que a organização já desmentiu.

Na carta agora divulgada, a Academia informa estar em conversações com a Vue e que irá rever os seus critérios de eligibilidade para os prémios nos próximos meses, encorajando todos os grupos de exibidores a participar nesse debate.

Não é de agora a controvérsia: a Netflix retirou "Roma" e outros títulos do Festival de Cannes porque a legislação francesa só permite que os filmes que estreiam nos cinemas sejam exibidos em streaming 36 meses mais tarde.

O Festival de Veneza aceitou vários títulos da Netflix na secção competitiva e "Roma" ganhou o prémio máximo, o Leão de Ouro, contestado pelas salas de cinema, que defendem o seu período de exclusividade de exibição (cerca de 90 dias).

No domingo, "Roma" ganhou os Óscares de Melhor Filme Estrangeiro, Realização e Fotografia.