Foi lançado um livro sobre os bastidores da produção de "Mad Max: Estrada da Fúria" e, como acontece muitas vezes, confirma-se que podia ter sido um filme muito diferente do que aquele que chegou ao cinema com Tom Hardy e Charlize Theron. Nomeadamente se o realizador George Miller tivesse conseguido convencer o rapper Eminem a ser o protagonista.
"Blood, Sweat & Chrome: The Wild and True Story of Mad Max: Fury Road" ["Sangue, Suor & Chrome: A História Selvagem e Verdadeira de 'Max Mad: Estrada da Fúria", em tradução literal], da autoria do jornalista do The New York Times Kyle Buchanan, aborda a história de um dos mais aclamados filmes do século XXI, uma reputação que nasceu praticamente com a chegada aos cinemas em 2015.
Um excerto publicado pela revista Vulture levanta a ponta do véu sobre o processo de um ano para escolher o sucessor de Mel Gibson como Max Rockatansky.
"Quando penso em todas as pessoas que fizeram teste para esse filme! Na altura, vimos o que considero agora serem muitas das estrelas de cinema dos nossos dias", recorda no livro a diretora de casting Ronna Kress.
No fim, os finalistas foram Tom Hardy, Armie Hammer e Jeremy Renner, mas antes foram ponderados por exemplo Michael Fassbender, Joel Kinnaman, Eric Bana e, antes da sua morte em 2008, Heath Ledger.
Mas numa fase muito inicial, impressionado com o seu trabalho em "8 Mile" (2002), Eminem era o preferido de George Miller, que durante a produção da animação "Happy Feet" (2006), pediu referências sobre o rapper à atriz Brittany Murphy, que tinha trabalhado com ele no filme.
O interesse era tal que, em março de 2007, o artista Mark Sexton chegou a ser chamado para fazer montagens para colocar cabelo loiro em Mad Max nos 'storyboards' [esboços de imagens] e a seguir, Miller entrou em contacto com o Eminem.
"Embora não tenha passado disso, porque naquela altura iríamos filmar na Austrália [acabou por ser principalmente na Namíbia e em estúdios na África do Sul e Sydney] e ele simplesmente não queria sair de casa. Acho que ele teve a impressão que, se o pudesse fazer no Estado de onde era natural, estaria disponível para isso", recorda o realizador no livro.
Também houve muitas atrizes envolvidas no 'casting' para as cinco esposas que fugiam com Furiosa, incluindo futuras estrelas como Margot Robbie e Jennifer Lawrence... e Rihanna.
"Normalmente, os atores aparecem vestidos de forma muito casual, mas a Rihanna estava espetacular quando entrou. Não tenho a certeza se ela estava ciente do conteúdo do filme, portanto ela vestiu-se como Rihanna, o que foi a coisa certa a fazer", contou Miller.
Já Charlize Theron foi escolhida para ser Furiosa depois de Tom Hardy, mas antes estiveram na corrida personalidades como Jessica Chastain, Gugu Mbatha-Raw, Ruth Negga, e "algumas atrizes francesas".
Gal Gadot destacou-se com um "teste incrível", ainda antes de entrar e se tornar conhecida com os filmes "Velocidade Furiosa", mas segundo Miller, "estávamos a testá-la não só para Furiosa, mas também para as [cinco] Mulheres, e em termos de idade, ela ficava no intervalo".
No fim, Charlize Theron acabou por ser a única pessoa escolhida para o filme que não fez teste: o realizador ficou convencido durante um almoço.
E aí foi preciso regressar ao ator leito para ser Mad Max.
"A verdade é que não escolhemos o Tom até termos o Tom e a Charlize juntos. Nessa altura, o George tinha regressado à Austrália e fizemos uma chamada de videoconferência na Warner Bros. [estúdio] com o George para que ele pudesse falar com o Tom e a Charlize, porque era muito importante para ele vê-los juntos. Assim que os vimos, simplesmente sabíamos. Foi uma coisa indescritível, perfeita", recorda no livro a diretora de casting Ronna Kress.
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