O presidente do júri do 76º Festival de Cinema de Cannes, Ruben Östlund, afirmou esta terça-feira que apoia a greve dos argumentistas de Hollywood, um posicionamento partilhado por outros membros do painel.
"Acho ótimo que as pessoas se sintam parte de algo coletivo e façam greve", disse Östlund, que ganhou duas Palmas de Ouro no festival.
"Sou definitivamente a favor, sigam em frente!", acrescentou na conferência de imprensa.
A greve dos argumentistas, que comprometeu várias rodagens, começou a 3 de maio após o fracasso das negociações coletivas com os principais estúdios de Hollywood.
O ator e realizador norte-americano Paul Dano, que também faz parte do júri de Cannes, com nove membros, e é casado com a atriz e argumentista Zoe Kazan, também expressou o seu apoio.
"A minha esposa está atualmente a protestar com nosso bebé de seis meses, e quando voltar para lá, irei juntar-me a ela", assegurou Dano, que recentemente entrou em "Os Fabelmans", de Steven Spielberg.
A greve é realizada por milhares de argumentistas que exigem melhores condições salariais num setor profundamente impactado pelo surgimento das plataformas de streaming.
O júri de Cannes começará oficialmente o seu trabalho esta quarta-feira e anunciará seu veredito no sábado, 27 de maio.
"Quando se dirige um júri, tenta-se criar um tipo de atmosfera em que as pessoas não tentem parecer inteligentes o tempo todo", explicou Östlund.
"Ninguém deve ter medo de expressar a sua opinião, se se tem um júri em que todos tentam parecer... intelectuais, mais espertos do que o vizinho, está errado", opinou o cineasta sueco.
O prémio máximo de Cannes é “o mais importante do mundo. Se posso escolher entre um Óscar e uma Palma, a escolha é clara", afirmou.
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