A caminho dos
Óscares 2023
"É preciso encontrar um equilíbrio em cada um, porque há muita sedução", afirmou Binoche, ao ser questionada sobre as dificuldades que as mulheres enfrentam na indústria do cinema, durante uma conferência de imprensa em Sevilha.
"Agora temos muitas mulheres realizadoras, o que é formidável, mas quando eu comecei a maioria eram homens e havia muita sedução entre cineastas e atrizes", lembrou.
"Isso certamente era ainda mais verdadeiro nos anos 1980", disse.
A atriz disse que se viu em situações em que alguns realizadores tentaram beijá-la ou um produtor tentou tocar-lhe, mas ela rejeitou os avanços.
"Tive que dizer não. Primeiri, porque eu estava apaixonada, então essa possibilidade nem me passava pela cabeça", explicou.
"É preciso saber dizer não, é preciso aprender a dizer não", completou Juliette Binoche, que garantiu estar "feliz" com o progresso alcançado pelo movimento #MeToo.
"Acredito que (o movimento) mudou muitas coisas nas nossas vidas, e isso é maravilhoso".
A atriz, de 58 anos, afirmou estar "muito honrada" por estar em Sevilha, onde este sábado será realizada a cerimónia de entrega dos Prémios Goya do cinema espanhol.
"É muito especial para mim estar aqui em Espanha, devido a todos os artistas (que vieram antes), e é muito inspirador".
Durante a cerimónia, Binoche receberá o Goya internacional, entregue pela Academia espanhola de cinema em homenagem à sua "extraordinária trajetória que a coloca como um dos nomes mais admirados e reconhecidos do cinema europeu e internacional".
Ao longo de quatro décadas de carreira, Binoche trabalhou em dezenas de filmes, como "A Insustentável Leveza do Ser", "Os Amantes de Pont-Neuf" ou "O Paciente Inglês", pelo qual recebeu o Óscar de melhor atriz secundária.
Além disso, também recebeu honras como o César francês, o Bafta britânico e prémios nos festivais de Cannes, Berlim e Veneza, além do Prémio Donostia no Festival de San Sebastian.
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