O Festival de Cannes terá esta quinta-feira um dos seus grandes momentos com a estreia do quinto filme da saga "Indiana Jones", personagem que a estrela Harrison Ford interpreta pela última vez.
"Indiana Jones e o Marcador do Destino" será exibido fora de competição em Cannes numa sessão de gala que deverá contar com as estrelas principais na passadeira vermelha.
Aos 80 anos, Ford regressa como o famoso arqueólogo, com direito ao chapéu emblemático, sob a direção de James Mangold ("Walk the Line", "Ford vs Ferrari").
Ford e Disney, estúdio que comprou os direitos da saga, garantem que este é o último filme.
Os primeiros quatro foram dirigidos por Steven Spielberg, que compareceu em Cannes para a exibição de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" em 2008.
A nova produção é ambientada no fim dos anos 1960, mas os argumentistas incluíram um 'flashback' que exigiu o uso de inteligência artificial para "rejuvenescer" o rosto de Ford para várias cenas, em mais um exemplo das mudanças recentes no setor audiovisual.
O espanhol Antonio Banderas, a britânica Phoebe Waller-Bridge e o dinamarquês Mads Mikkelsen destacam-se no elenco da megaprodução, rodada em vários países, incluindo Marrocos.
Documentário de 3 horas e 40 minutos
Cannes costuma alternar os grandes momentos 'hollywoodianos' com propostas mais profundas. E esta quinta-feira a missão será representada pelo documentário "Youth Spring", de três horas e 40 minutos de duração, do chinês Wang Bing.
Bing é um realizador que leva o tempo que considera necessário (cinco anos desta vez) para registar um testemunho em filme das profundas mudanças sociais que o seu país vive sob o governo rigoroso do regime comunista.
Em "Youth Spring", acompanha com a sua câmara os milhões de jovens que abandonam as suas aldeias no interior do país para trabalhar em fábricas têxteis de cidades como Xangai.
Filmadas de forma discreta, às vezes até clandestinamente, as obras de Bing já foram premiadas em diversos eventos, como os festivais de Veneza ou de Locarno.
Um dos destaques da sua filmografia é "A Fossa" (2010), que denuncia os campos de trabalhos forçados para prisioneiros políticos no deserto de Gobi, nos anos 1960, sob o regime de terror de Mao Tsé-Tung.
O realizador chinês apresentará outro documentário em Cannes, "Man in black", filmado num teatro de Paris e com apenas uma personagem, o compositor exilado Wang Xilin.
Outro aspirante à Palma de Ouro, o alemão Wim Wenders, também apresenta dois filmes em Cannes: uma longa-metragem de ficção, "Perfect Days", na mostra oficial, e "Anselm", um documentário sobre o artista Anselm Kiefer.
Também esta quinta-feira, o francês Jean-Stéphane Sauvaire exibe na mostra competitiva "Black Flies", um 'thriller' que acompanha os passos de Sean Penn e Tye Sheridan, que interpretam dois médicos que enfrentam a violência nas ruas de Nova Iorque. A estrela do boxe Mike Tyson também está no elenco.
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