Existem vários momentos que contribuíram para tornar a comédia romântica "O Amor Acontece" um sucesso de bilheteira no outono e inverno de 2003 e um instantâneo clássico de Natal.
No entanto, o momento mais famoso, exibido e imitado é a sequência de dança de Hugh Grant como o Primeiro-Ministro na residência oficial, o número 10 de Downing Street.
A cena com a canção "Jump", das The Pointer Sisters, dura menos de um minuto não dura nem um minuto... e Hugh Grant detestou-a assim que a leu no guião e posteriormente a ensaiou e filmou. E não mudou de opinião.
"Vi-a no guião e pensei 'Bem, vou odiar fazer isto. Não queria fazer a dança, muito menos ensaiá-la", disse o ator à jornalista Diane Sawyer num excerto de "The Laughter & Secrets of Love Actually: 20 Years Later", um programa especial para festejar os 20 anos (apesar do filme só ter 19) que será transmitido na terça-feira à noite nos EUA.
Por sua vez, o realizador Richard Curtis recorda que o ator "continuava a dizer não" quando chegou a altura de a filmar: "Acho que ele tinha a esperança que eu ficasse doente ou alguma coisa e acabasse por dizer, 'Bem, que pena, vamos ter de desistir dessa cena de dança".
O realizador também revelou que a sua estrela chegou "rabugenta" no dia da rodagem e avançou por "obrigação contratual"; o ator prefere falar em "guilhotina contratual".
Apesar de Grant considerar que estava completamente fora do ritmo no início, Richard Curtis recorda que a cena como "terrivelmente embaraçosa" e ele "simplesmente perfeito".
Já o ator reclama o crédito de, pelo menos, tornar a cena ainda mais inesquecível: foi sua a ideia de acrescentar o pormenor do Primeiro-Ministro ser "apanhado" no fim por uma das suas assistentes.
"Até hoje, existem muitas pessoas — e concordo com elas — que acham que é cena mais penosa alguma vez colocada em filme. Mas lá está, algumas pessoas gostam", acrescenta, meio a brincar, meio a sério.
Antes de se estrear como realizador em "O Amor Acontece", Richard Curtis escreveu os argumentos originais de "Quatro Casamentos e um Funeral" (1994) e "Notting Hill" (1999), e adaptou o do livro "O Diário de Bridget Jones (2001), todos com Hugh Grant.
O excerto termina com o cineasta a dizer que este encontro foi a sua grande oportunidade e nem sabe se teria uma carreira se não tivesse acontecido.
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