Vicente Alves do Ó optou por ser ele a levar o filme às salas de cinema, para permitir que esteja em exibição mais do que duas semanas, disse o realizador à agência Lusa. «Esta foi a forma escolhida para distribuir o filme por ser a única que nos permite tê-lo em exibição mais do que duas semanas em sala de cinema», sublinhou.

A produtora
Pandora Cunha Telles esclareceu à agência Lusa que terá reuniões com duas distribuidoras para assegurar a exibição também no circuito comercial.

«Juntar o sistema comercial das grandes cidades com o sistema itinerante e alternativo do interior do país, é a única forma de o cinema português chegar ao seu público», disse a produtora.

O realizador Vicente Alves do Ó não quer que «Florbela» «corra o risco de não ser visto» e por isso optou for fazer o mesmo que
João Botelho fez com
«Filme do Desassossego», levando-o a salas de cinema do litoral ao interior, de norte a sul do país e ilhas.

«Com o
«Florbela» vou ser realizador, portador do filme, projecionista, mas sinto-me muito feliz com isso porque esta é a única maneira de dar o filme a conhecer», observou o realizador.

Para Vicente Alves do Ó, esta é também a única forma de reconciliar o público português com o seu cinema, já que os governantes «além de mostrarem não gostar do cinema, não o respeitam».

«Os governantes até podiam não gostar de cinema português, mas pelo menos deviam respeitar quem o faz e isso não acontece», lamentou.

Pandora Cunha Telles também defendeu a necessidade de as distribuidoras de cinema encontrarem um «ponto de equilíbrio» na distribuição dos filmes portugueses.

Antes daquele périplo, o filme terá antestreia no cinema São Jorge, em Lisboa, no dia 28 de fevereiro.

A operação de divulgação do filme, que retrata a obra e a vida, nem sempre fácil ou calma, da poetisa nascida em Vila Viçosa, começa no dia 16 de fevereiro, quando os atores
Dalila Carmo e
Ivo Canelas participarem no Palácio Galveias, em Lisboa, numa sessão de poesia que pretende dar a conhecer Florbela Espanca, disse Pandora Cunha Telles.

A iniciativa estender-se-á às bibliotecas municipais de Telheiras e do Camões, em Lisboa, onde decorrerão eventos com leitura de poemas e um passatempo sobre a escritora, cujo prémio será entregue ao vencedor na antestreia do filme.

«Leia Florbela, veja o filme e, se não vir o filme, leia sempre Florbela» é, segundo Pandora Cunha Telles, o mote para estas iniciativas de poesia.

Sobre «Florbela», protagonizado por Dalila Carmo, o realizador disse tratar-se de um filme sobre a poetisa de Vila Viçosa, mas também sobre o ser português, sobre a inquietação dos portugueses.

O filme, que Vicente Alves do Ó estreia depois da longa-metragem
«Quinze Pontos na Alma», tem exibição assegurada até ao final de maio em 54 cidades.

São elas Lisboa, Porto, Gaia, Viana do Castelo, Ponte da Barca, Braga, Santo Tirso, Bragança, Guimarães, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Aveiro, Ílhavo, Figueira da Foz, Coimbra, Lousã, Arganil, Covilhã, Castelo Branco, Portalegre, Torres Novas, Leiria, Alcobaça , Caldas da Rainha, Torres Vedras, Cascais, Almada, Barreiro, Setúbal, Odemira, Ourique, São Brás de Alportel, Castro Marim, Portel, Alvito, Viana do Alentejo, Évora, Campo Maior, Viseu , Baião, Felgueiras, Chaves, Paredes de Coura, Esposende, Manteigas, Mortágua, Abrantes, Odivelas, Sines, Grândola, Beja, Faro, Ponta Delgada e Tomar.

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