Os filmes portugueses “Percebes”, “Amanhã não dão chuva” e a coprodução portuguesa “Mont Noir” foram selecionados para a competição do festival de cinema de animação de Annecy, marcado para junho em França, anunciou hoje a organização.
O festival, que terá este ano Portugal como país convidado, revelou hoje a competição de curtas-metragens, tendo escolhido duas produções portuguesas e uma coprodução nacional minoritária com França.
“Percebes” é uma animação documental que volta a juntar as realizadoras Laura Gonçalves e Alexandra Ramires, depois de “Água Mole” (2017), e acompanha um ciclo completo de vida de um molusco no Algarve, que dá nome ao filme.
A produção é da BAP Studios e tem coprodução de França.
Também na competição oficial está “Amanhã não dão chuva”, animação de Maria Trigo Teixeira, pela AIM – Estúdios de Animação, com coprodução alemã, e que aborda a relação entre mãe e filha.
O filme conta a história de Oma, uma mulher que “parece afundar-se cada vez mais em si própria” à medida que envelhece, refere a sinopse.
A estes dois filmes junta-se ainda a animação francesa “Mont Noir”, de Erica Haglund e Jean-Baptiste Peltier, com a participação da produtora portuguesa Animais.
Na página oficial da produtora, os autores explicam que “Mont Noir” é “sobre a infância de uma menina solitária e imaginativa cujo confronto com a morte a leva a escrever”, sendo inspirado em memórias de infância e também na obra da escritora Marguerite Yourcenar.
O festival de Annecy, considerado o mais importante festival de cinema do mundo na área da animação, tanto na exibição como no mercado para profissionais, decorrerá de 09 a 15 de junho.
O programa dedicado a Portugal ainda não foi divulgado, sabendo-se que contará com a participação do programador Fernando Galrito, diretor do Monstra - Festival de Animação de Lisboa.
Em fevereiro, Fernando Galrito explicou à Lusa que haverá uma festa de abertura para cerca de 500 convidados, entre produtores, distribuidores, vendedores de todo o mundo, para contactarem e conhecerem profissionais portugueses.
Estão previstas sete sessões de cinema exclusivamente para a produção nacional, e que farão uma retrospetiva do que é o cinema português de animação – que em 2023 celebrou um centenário de existência.
No mercado profissional – o MIFA – haverá espaço para apresentação a profissionais de cinco projetos portugueses ainda em produção, sejam curtas ou longas-metragens; e no festival três profissionais vão fazer parte do comité de júris.
O cartaz oficial de Annecy é desenhado pela realizadora portuguesa Regina Pessoa, que venceu o grande prémio do festival em 2006 com a curta-metragem "História Trágica com Final Feliz", e ganhou o prémio do júri em 2019 com “Tio Tomás - A Contabilidade dos Dias”.
Comentários