"Avatar: O Caminho Da Água", "John Wick: Capítulo 4", "Guardiões da Galáxia, Vol. 3", "Indiana Jones e o Marcador do Destino", "Missão: Impossível – Ajuste de Contas – Parte Um", "Oppenheimer" e o recente "Assassinos da Lua das Flores" são filmes muito diferentes entre si que chegaram aos cinemas nos últimos tempos com uma coisa em comum: todos têm 150 minutos ou mais de duração.
A tendência não é de agora e cansa Alexander Payne, que ganhou Óscares pelos argumentos dos filmes "Sideways" e "Os Descendentes", tendo ainda "Eleições", "As Confissões de Schmidt" e "Nebraska" entre os seus títulos mais aclamados.
"O que se quer é que o filme seja o mais curto possível. Há demasiados filmes longos hoje em dia”, disse o cineasta este fim de semana (citado pelo Indiewire) no Festival de Cinema de Middleburg (estado da Virgínia), onde apresentou o seu mais recente trabalho, "The Holdovers", com Paul Giamatti, visto como um forte candidato à próxima temporada de prémios.
Payne não se referia a nenhum filme em concreto e clarificou que nada tem contra os muito longos... desde que o justifiquem.
"Se o teu filme tem três horas e meia, pelo menos que seja a versão mais curta possível de um filme de três horas e meia. Como ‘O Padrinho - Parte II', ‘Os Sete Samurais', filmes super compactos de três horas e meia que passam a correr. Portanto, não se trata de um julgamento de facto sobre a duração", disse.
Segundo o realizador e argumentista, "o cinema é uma busca constante pela economia. Deseja-se que o argumento seja o mais curto possível. Deseja-se que a representação seja o mais rápida possível, qualquer que seja o ritmo básico desse filme. E portanto, na montagem, deseja-se que seja o mais curta possível, mas não mais curta".
Payne chegou a dizer que "apenas fiz um filme que não é muito longo, de alguma forma" e foi o segundo: "Eleições", de 1999, com Reese Witherspoon e Matthew Broderick, que tem 103 minutos.
Com estreia portuguesa prevista para 8 de fevereiro de 2024, o realizador disse com humor ao público do festival que "The Holdovers" podia perder alguns minutos: "Ainda é um pouco longo. Começámos a exibi-lo e nos primeiros festivais estava a olhar para o programa e dizia 133 minutos. Tive que ligar para o estúdio e dizer ‘Acho que não são 133 minutos’. Pensei que tínhamos reduzido para cerca de 124".
"‘Não, são 133 depois de passarem os créditos'", responderam-lhe.
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