Dois filmes portugueses, de Melanie Pereira e Paula Albuquerque, estão nomeados para o prémio europeu Doc Alliance, numa edição para a qual também foram selecionados dois filmes da ucraniana Daryna Mamaisur, a viver em Portugal.
O prémio Doc Alliance, cujos nomeados foram divulgados hoje, é uma iniciativa de uma organização que reúne sete festivais europeus dedicados ao documentário, entre os quais o DocLisboa.
Entre os 16 filmes candidatos ao prémio deste ano está “As melusinas à margem do rio”, da realizadora lusodescendente Melanie Pereira.
No filme, cinco mulheres nascidas de famílias emigradas no Luxemburgo, incluindo a realizadora, “refletem sobre países, identidades, fragmentos e sereias”, refere a sinopse.
Em 2023, o filme foi premiado no festival DocLisboa, com o júri a afirmar que Melanie Pereira fez um filme “em busca do que é ser emigrante e da sua identidade”, no qual combinou “diferentes métodos e materiais para diluir as fronteiras entre a ficção e o documentário, criando uma linguagem cinematográfica única”.
Para o Doc Alliance está também nomeada a curta-metragem “Like the Glitch of a Ghost”, de Paula Albuquerque, coproduzida com os Países Baixos.
A curta-metragem parte de um filme de propaganda dos anos 1950 que a realizadora encontrou no Museu do Cinema dos Países Baixos e que tinha sido rodado no Suriname com colonos neerlandeses.
A estes dois filmes portugueses juntam-se ainda duas 'curtas' da artista visual ucraniana Daryna Mamaisur, ambas com coprodução portuguesa: “O fumo do fogo” e “I stumble every time I hear from Kyiv”.
A viver e a estudar em Lisboa, Daryna Mamaisur documentou, no primeiro filme, a aprendizagem da nova língua cruzando memórias, numa realidade dividida com o seu país em guerra.
Em “I stumble every time I hear from Kyiv”, a realizadora reflete sobre o impacto da guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo que regista o despontar da primavera entre Bruxelas e Kiev, uma cidade em paz e outra em conflito.
Daryna Mamaisur faz atualmente parte do programa DocNomads, de formação em documentário, que é repartido entre universidades em Portugal, Hungria e Bélgica, países coprodutores daqueles filmes.
A Doc Alliance junta os festivais DocLisboa (Portugal), CPH:DOX (Dinamarca), DOK Leipzig (Alemanha), Ji.hlava (República Checa), FID Marseille (França), Visions du Réel (Suíça) e o Docudays UA (Ucrânia).
Os vencedores do prémio – a melhor curta e a melhor longa-metragem – serão anunciados durante o festival Docudays UA, que começa a 31 de maio em Kiev.
Em 2023, o filme “A morte de uma cidade”, de João Rosas, venceu o prémio de melhor documentário em longa-metragem.
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