O filme “Clandestina”, de Maria Mire e que parte das memórias da resistente antifascista Margarida Tengarrinha, estreia-se nos cinemas a 7 de março, revelou a produtora Terratreme.
O filme, que teve uma primeira exibição no outono passado no festival DocLisboa, aborda questões sobre dissidência política e clandestinidade a partir do livro “Memórias de uma falsificadora – A luta na clandestinidade pela Liberdade em Portugal”, de Margarida Tengarrinha.
Para Maria Mire, o interesse em fazer “Clandestina” “prende-se assim tanto com a urgência de tirar da sombra a ação das mulheres que de modo revolucionário combateram neste período negro da história contemporânea portuguesa, assim como o de pensar na dimensão política presente nos pequenos gestos da vida quotidiana”, refere a nota de imprensa.
Margarida Tengarrinha, resistente antifascista e antiga deputada, morreu em outubro passado aos 95 anos.
Foi membro da direção Universitária do MUD Juvenil, aderiu ao PCP com 24 anos, em 1952, e passou à clandestinidade em finais de 1954.
Quando Tengarrinha morreu, o PCP lembrou que uma das suas primeiras tarefas no partido foi a produção de documentos, incluindo de identificação, à intervenção clandestina.
Membro do Comité Central do PCP desde maio de 1974 até 1988, após o 25 de Abril de 1974 Margarida Tengarrinha foi membro da direção da Organização Regional de Lisboa e foi deputada na Assembleia da República.
“Clandestina” é a primeira longa-metragem da realizadora Maria Mire, a que se junta a curta-metragem “Parto sem dor” (2020), de homenagem à obstetra e resistente antifascista Cesina Bermudes (1908-2001), e a produção de “Alcindo”, filme do antropólogo Miguel Dores racismo em Portugal, a partir da história do homicídio de Alcindo Monteiro, português de origem cabo-verdiana, vítima de ódio racial em 1995.
Maria Mire nasceu em Maputo em 1979 e vive e trabalha em Lisboa, onde é corresponsável pelo departamento de Cinema e Imagem em Movimento do Ar.Co.
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