Muito controverso pela sua representação da masculinidade moderna que antecipou e ajudou a moldar o espírito da sua época, "Fight Club" ("Clube de Combate" em Portugal) foi um fracasso de bilheteira quando chegou aos cinemas em 1999.
O culto começou quando foi lançado em "home video" no ano a seguir: o impacto das vendas em DVD foi tão grande que o estúdio conseguiu ter lucro com o filme de David Fincher.
Desde então, a adaptação do romance de 1996 de Chuck Palahniuk também se tornou um dos maiores símbolos para grupos de homens brancos ressentidos: nos EUA, a ideologia específica da personagem de Tyler Durden (Brad Pitt) foi acolhida, por exemplo, por grupos de extrema-direita como os Proud Boys.
David Fincher não perde o sono com essa associação incómoda.
"Não sou responsável pela forma como as pessoas interpretam as coisas. A linguagem evolui. Os símbolos evoluem", disse o cineasta numa nova entrevista ao jornal britânico The Guardian.
"É um dos muitos símbolos na sua lexicografia", responde ao jornalista "um pouco exasperado" quando ele insiste que o filme se tornou um símbolo para a extrema-direita.
"Não o fiz para eles, mas as pessoas verão o que verão numa pintura de Norman Rockwell ou na Guernica [a pintura de Picasso]", insiste.
"Não consigo imaginar que as pessoas não entendam que o Tyler Durden é uma influência negativa. As pessoas que não conseguem entender isso, não sei como responder e como ajudá-las", concluiu.
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