Num comunicado enviado à Lusa, a Persona Non Grata Pictures disse que "A Bela América" irá ser exibida na secção Perspetiva Internacional da mostra, que acontece entre 19 de outubro e 1 de novembro, e cuja programação conta este ano com filmes de 96 países.
Após "Embargo" e "Pedro e Inês", "A Bela América" é o terceiro filme do realizador António Ferreira a ser selecionado na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, “o maior evento cinematográfico do Brasil”, sublinhou a produtora.
"A Bela América", uma coprodução luso-brasileira com a participação do Canal Brasil, vai estrear nas salas brasileiras logo após o festival, a 2 de Novembro, revelou a Persona Non Grata Pictures. O filme estreou-se nos cinemas portugueses a 5 de outubro.
O filme, inteiramente rodado em Coimbra, conta a história de Lucas (Estêvão Antunes), um "humilde e talentoso cozinheiro", e América (São José Correia), estrela de televisão candidata a presidente, cujas vidas se cruzam após um despejo que deixa o protagonista e a sua mãe sem casa, disse em setembro a distribuidora NOS.
"A Bela América" é uma "comédia dramática" que se cruza com uma história de amor, tendo como pano de fundo as desigualdades sociais e a ideia de meritocracia na sociedade contemporânea, acrescentou a empresa, num comunicado.
O filme confronta o espetador com um dilema: "até que ponto, está nas nossas mãos moldar a linha do destino que nos é traçada à nascença".
Em declarações à Lusa, o realizador António Ferreira explicou que a ideia original tem cerca de 20 anos e que era para ter sido o projeto que levaria a cabo depois de "Esquece tudo o que te disse", a sua primeira longa, cujo argumento escreveu a meias com César dos Santos Silva, com quem volta a partilhar os créditos do guião.
"Decidimos recuperá-lo, mas com alterações brutais, e aproveitámos para amadurecer a ideia", disse, salientando que a questão da "luta de classes persiste e, se calhar, até está mais evidente".
Para o realizador, os filmes "são ferramentas de consciencialização", considerando que "A Bela América" acaba por abordar "questões sérias, como a crise da habitação ou a desigualdade" ou o populismo, procurando desmontar "os mecanismos de sedução dos políticos", a partir da personagem América.
António Ferreira entende este seu novo filme como "uma comédia triste", abordando "temas contemporâneos com ironia e humor".
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