O Festival de Cannes prestou uma homenagem póstuma, esta terça-feira (23), ao cineasta espanhol Carlos Saura, com a projeção num ecrã na praia do seu filme "Carmen" (1983), evento que contou com a presença do seu filho, Antonio.
"A França deu ao meu pai a possibilidade de ser livre, de contar a verdade sobre a cultura espanhola", disse Antonio ao lembrar o realizador, que morreu em fevereiro, aos 91 anos, e dirigiu cerca de 50 filmes ao longo de uma carreira de mais de meio século.
Antonio Saura, produtor e distribuidor de cinema, lembrou como Cannes e a França sempre acolheram "com generosidade" as obras do seu pai quando a censura da ditadura do general Franco continuava a existir.
A filha do dançarino e coreógrafo Antonio Gades (protagonista de "Carmen"), María Esteve, que participou na homenagem em Cannes, destacou "esta união tão bela entre a dança e o cinema", que levou o dançarino e o cineasta a colaborarem noutros dois filmes: "Bodas de Sangue" (1981) e "Amor Bruxo" (1986).
Saura é considerado um dos grandes nomes do cinema espanhol e é conhecido, principalmente, por filmes que retrataram as mazelas da sociedade espanhola durante o franquismo.
A relação de Saura com Cannes foi determinante na projeção internacional da sua obra, com a presença constante dos seus filmes no festival ao longo dos anos e prémios especiais do júri para “A Prima Angélica" e “Cria Corvos”.
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