A 20.ª edição do FEST – Festival Novos Realizadores, Novo Cinema terá a partir de segunda-feira a competir em Espinho 25 filmes portugueses, destacando-se entre esses uma crescente presença de comédia e de cineastas brasileiros residentes no país.

A análise é do diretor desse certame do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, que, em declarações à agência Lusa, afirmou que essas duas tendências nunca foram tão evidentes na seleção nacional como na presente edição do festival, que decorre até 1 de julho.

“Uma das grandes constatações do ano em relação ao cinema português é que nunca vimos tanta comédia nem tão boa”, realça Fernando Vasquez.

É disso exemplo “Mónica e os ovos de chocolate”, que o diretor do FEST descreve como “um filme muito invulgar” do realizador português João Ferreira, sobre a amizade entre dois ladrões que se lançam em assaltos domésticos para encontrar o melhor presente possível para a nova namorada de um deles.

Outra tendência que ressalta da seleção para o Prémio Nacional é que entre os candidatos há “uma grande influência de jovens brasileiros que vivem em Portugal, o que já se notou no ano passado, mas ganha mais força em 2024”.

Uma realizadora desse grupo é Stella Carneiro, que terá a concorrer no FEST a comédia “Golden Shower”, sobre a reação de uma brasileira quando o seu namorado português lhe propõe que testem a experiência sexual que dá nome à curta-metragem.

Dois outros filmes que Fernando Vasquez destaca na competição nacional são “Seu nome era Gisberta”, um documentário de animação a 360 graus por Sérgio Galvão Roxo, sobre a mulher trans assassinada no Porto em 2006, e “Ensaio da Loucura”, em que o cineasta Victor Hugooli explora a viagem de um homem pela sua própria auto-sabotagem e insanidade.

Fora da competição de cinema, mas com exibição também marcada para o FEST, está o episódio mais recente da série televisiva portuguesa “Astro Man”, produzida por Rute Moreira para a Toca Produtora. O festival quer dar a conhecer o que tem sido feito no país para o pequeno ecrã e essa série foi a escolhida para o efeito porque, com realizadores diferentes em cada episódio, constitui “uma produção muito invulgar no universo nacional”, por combinar ficção científica com a nostalgia dos anos 1980.