Foi com a concordância de Clint Eastwood que o estúdio Warner Bros. decidiu optar por uma abordagem diferente para o lançamento de "Juror #2", o novo e talvez último filme do cineasta de 94 anos, revela a revista The Hollywood Reporter (THR).

O filme é um drama de suspense onde o membro de um júri descobre que pode estar pessoalmente ligado ao julgamento de um assassinato de grande visibilidade. Os principais protagonistas são Nicholas Hoult, Toni Collette e J.K. Simmons.

No que foi descrito como um gesto de gratidão para com Eastwood e que permite que o filme concorra aos prémios, o estúdio fez uma estreia limitada em cerca de 35 cinemas nos EUA e Canadá no último fim de semana, sem divulgar as receitas de bilheteira, e mais seis países considerados mercados fortes de Eastwood, o que não incluiu Portugal. A nível internacional, a Warner acabou por revelar que arrecadou cinco milhões de dólares, incluindo uns fortes três da França.

Com um orçamento de menos de 35 milhões, uma grande estreia na América do Norte implicaria investir dezenas de milhões de dólares em marketing, com retorno improvável: segundo a THR, o estúdio tomou a decisão estratégica e financeira de que o filme seria essencialmente destinado à sua plataforma de streaming Max depois olhar para o que está a acontecer no mercado dos filmes dramáticos originais destinados a um público mais adulto e à temporada de prémios.

A realidade é que existe demasiada concorrência e os espectadores mais velhos não são os que mais vão ao cinema, tendo-se habituado a ver este tipo de filmes em casa rapidamente após a estreia no grande ecrã por causa da redução dos prazos e o crescimento do streaming provocado pela pandemia: em muitos casos, podem ser alugados ou comprados em menos de 30 dias.

Com "Conclave" a ser uma notável exceção, entre os recentes falhanços de bilheteira estão títulos como "Megalopolis", de Francis Ford Coppola, "SNL", de Jason Reitman, "The Apprentice" e "Aqui", onde Robert Zemeckis volta a trabalhar com Tom Hanks e Robin Wright, trinta anos depois de "Forrest Gump", que só conseguiu 4,8 milhões na América do Norte no mesmo fim de semana de "Juror #2".

O filme de Eastwood recebeu críticas muito positivas, o que levou alguns analistas a prever que a Warner mudaria de opinião e lhe daria um lançamento maior nos cinemas, mas várias fontes disseram à THR que isso não vai acontecer: o plano continua a ser lançá-lo na Max em data a anunciar na temporada natalícia.