Poucas vezes na história do cinema um filme terá corrido tão mal como
«The Man Who Killed Don Quixote», uma abordagem singular ao romance de Miguel De Cervantes que
Terry Gilliam tentou levar a cabo no ano 2000, na que seria uma das mais ambiciosas produções europeias da época. Infelizmente, tudo aquilo que poderia correr mal parece ter corrido ainda pior, incluindo aviões a jacto a passar sobre o local de rodagem e a inutilizar a gravação de som, ou a dupla hérnia discal que afectou o protagonista
Jean Rochefort e o impediu de andar a cavalo e de levar a rodagem até ao fim.
O projecto foi abortado pouco mais de um mês após o início da rodagem e toda a aventura daria origem a um documentário que se revelou razoavelmente popular, designado
«Lost in La Mancha».
Porém, Gilliam, que tem um historial recorrente de rodagens complexas, não desistiu do filme e, após várias tentativas, conseguiu finalmente recuperar os direitos sobre o argumento, arrancando a pré-produção o ano passado.
A história original, que foi recentemente retrabalhada por Gilliam, era a de um executivo de publicidade dos tempos modernos, que viajava no tempo para a Mancha do século XVII, onde viverá várias aventuras com Don Quixote, que o confunde com Sancho Pança.
Por imperativos de agenda, condicionada à rodagem do quarto filme da série
«Piratas das Caraíbas»,
Johnny Depp não voltará ao papel de viajante no tempo, sendo agora substituído por
Ewan McGregor, com
Robert Duvall a tomar a Rochefort o papel de Don Quixote.
A notícia foi confirmada por Gilliam durante o Festival de Cannes à revista Empire, que afirmou que «Robert Duvall é um dos melhores, sem dúvida, e sabe montar a cavalo! E o Ewan tem melhorado com os anos. Ele estava maravilhoso no
«The Ghost». O Ewan tem muitas cores que não tem mostrado recentemente e está na altura de as mostrar outra vez. Ele tem um grande sentido de humor e é um actor maravilhoso. É adoravelmente juvenil e pode ser encantador - quando ele sorri toda a gente se derrete. E ele usa isso como uma bomba nuclear!».
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