Em declarações à agência Lusa, Filipe Ferreira, diretor do Fest - Festival Internacional de Cinema Jovem, explicou que «neste momento este é o maior festival para novos realizadores a nível mundial.Enquanto os outros festivais de cinema terminam na exibição de filmes, nós aqui tentamos fazer uma evolução do que um festival deste pode ser. Pode ser muito mais do que apenas apresentar filmes, pode ser um fórum de educação e um fórum de oportunidades», explicou Filipe Ferreira.
O Fest tem como objetivo «promover o trabalho novo criadores do mundo inteiro», e está dividido em duas secções: a exibição de filmes, numa competição de curtas-metragens, e o Training Ground, um fórum de formação para jovens realizadores, dirigido por profissionais do cinema.
Este ano a organização do Fest recebeu «mais de duas mil» curtas-metragens, sendo a maior parte de realizadores internacionais, nomeadamente da Rússia, do Reino Unido, da Alemanha, da Finlândia e da Noruega. Haverá competições de curtas-metragens para realizadores menores de 30 anos de idade, e para os que realizem a sua segunda ou terceira obra.
O Traning Ground, que começou em 2009, acontece entre os dias 25 a 30 e integra «workshops» e «master classes» com «mais de 20 formadores internacionais» nas áreas da realização, escrita de argumento, representação, direção de fotografia, financiamento, design de produção ou edição cinematográfica.
Da lista de formadores e oradores fazem parte nomes como
Melissa Leo, que coordenará a master classe de representação, atriz vencedora de um Óscar, com
«The Fighter - Último Round», ou
Peter Webber, realizador de filmes como «Rapariga do Brinco de Pérola».
«Queremos fazer formação em cinema, não com teóricos de cinema, mas sim com as pessoas que estão mesmo a trabalhar em cinema, os grandes profissionais do cinema, as pessoas mais reconhecidas, porque são essas que têm mesmo o conhecimento a transmitir», sublinhou o diretor.
Inserido no Training Ground está o Pitching Forum, momento em que os participantes têm quatro minutos para apresentar o seu projeto, e as razões pelo qual deve ser financiado ou produzido, a um painel de produtores internacionais, que dará o seu parecer, demonstrando «como o trabalho está preparado para enfrentar o mundo real».
Segundo Filipe Ferreira, o Pitching Forum é uma boa oportunidade para mostrar o que «as pessoas podem fazer a seguir ao festival» a nível do financiamento.
Para esta 9ª edição a organização espera a presença de 300 participantes de todos o mundo, embora as inscrições de portugueses «não cheguem a 35%».
«É um bocado estranho porque há pessoas que fazem estes quilómetros todos para virem fazer esta formação e os portugueses não aproveitam assim tanto», lamenta o diretor.
O evento decorre até 1 de julho, e tem atividades distribuídas pelo Centro Multimeios de Espinho, Biblioteca Municipal de Espinho e casino da cidade.
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