Entre os fracassos ligados à Marvel e outras desilusões nas bilheteiras, pressões dos investidores de Wall Street sobre o negócio de streaming, as prolongas greves de atores e argumentistas que interromperam as principais produções e até um confronto complicado com o governador da Flórida republicano Ron DeSantis pelo controlo da gestão do território que acolhe o seu parque temático em Orlando, a Disney sai do ano em que festejou o seu centenário com poucas razões para sorrir.
A culminar, o maior estúdio de Hollywood não foi o que arrecadou mais dinheiro nas bilheteiras dos cinemas em 2023.
Segundo a revista Variety, a Universal Pictures conquistou o primeiro lugar, desalojando o rival pela primeira vez desde 2015.
As receitas de "Super Mario", "Oppenheimer" e "M3GAN" destacam-se nos 24 filmes lançados pelo estúdios, que arrecadaram 4,907 mil milhões de dólares em todo o mundo.
A Disney ficou em segundo lugar, com 4,827 mil milhões e atribuiu os 80 milhões de diferença ao facto de ter lançado menos sete filmes do que a Universal.
Como os egos são fortes em Hollywood, o estúdio ainda puxou pelos galões de ter sido o que mais filmes colocou no Top 10: quatro a nível global e três na América do Norte.
Mas a Disney não coloca nenhum título três primeiras posições, que pertencem a "Barbie" (1,4 mil milhões), da Warner Bros, e "Super Mario Bros. - O Filme" (1,3 mil milhões) e "Oppenheimer" (955 milhões), ambos da Universal.
De facto, nenhum filme do maior estúdio de Hollywood passou a marca dos mil milhões de dólares pela primeira vez desde 2014, com apenas "Guardiões da Galáxia, Vol. 3" a ser o único sucesso claro, com 845 milhões.
Todos os outros filmes, sequelas ou 'remakes', frustraram as expectativas ou foram mesmo fracassos comerciais, de "Indiana Jones e o Marcador do Destino" a "Mansão Assombrada", passando por "A Pequena Sereia", "Elemental" e "Wish: O Poder dos Desejos", além dos títulos da Marvel "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" e "As Marvels".
Como aponta a Variety, todos estes filmes obtiveram receitas de fazer inveja a muitos dos rivais da Disney: o problema é que os filmes foram prejudicados por orçamentos elevadíssimos, o que eleva o patamar para o estúdio começar a ver o retorno do seu investimento.
Já a Universal teve fracassos com muito menos prejuízo com a comédia de vampiros "Renfield", a sequela "Do Jeito Que Elas Querem - Um Novo Capítulo" e a animação "Ruby - Kraken Adolescente".
Já "Velocidade Furiosa X", com um custo de 340 milhões de dólares, também ficou no limiar no lucro, mas chegou aos 704 milhões a nível global, tornam-se o quinto maior sucesso de 2023.
Num distante terceiro lugar no ranking dos estúdios ficou a Warner Bros. com 3,84 mil milhões, graças a "Barbie", "The Nun: A Freira Maldita II" e “Wonka”.
Segundo a Variety, Sony e Paramount não fizeram comunicados sobre as suas receitas, mas devem ocupar as posições seguintes, na zona dos dois mil milhões de dólares.
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