Mia Hansen-Love ganhou o prémio de Melhor Realizadora na última edição do Festival de Berlim com "L’Avenir / O Que Está Por Vir", onde uma mulher de meia-idade (Isabelle Huppert) é abandonada pelo marido.
Tipicamente, ele trocou-a por outra mais jovem. Mesmo com outros problemas (a doença progressiva da mãe), ela é professora de filosofia e tem uma reação muito pouco emocional. Enquanto tenta reconstruir a sua vida, acaba por desenvolver uma amizade muito próxima com um jovem pupilo.
O filme traz elementos muito característicos de um certo cinema francês, onde a classe intelectual anda sob permanente escrutínio – particularmente no seu aburguesamento e na sua passividade política.
Apesar destas questões e de uma ambígua discussão sobre anarquismo, o centro deste trabalho deHansen-Love, a heroína independente da última edição do IndieLisboa, é um exercício de autoafirmação feminina.
Outra realizadora já homenageada nesta categoria pelo festival foi Claire Simon, que retorna com o documentário “The Woods Dreams Are Made Of”, onde filma a fauna e a flora do parque Bois de Vencennes, em Paris.
Simon filma este encontro com a natureza como uma espécie de paraíso perdido num grande centro urbano, onde toda a convivência humana é possível.
De um universo precisamente oposto a qualquer utopia vem o grego Yorgos Lanthimos, uma referência internacional desde “Caninos” (2009).
A história de “The Lobster”, prémio do Júri no Festival de Cannes em 2015, passa-se num futuro próximo e gira em torno de uma cidade onde os solteiros têm 45 dias para encontrar um par romântico ou são transformados em animais.
É o primeiro trabalho em inglês do cineasta – que apresenta um elenco repleto de nomes famosos, como Colin Farrell, Rachel Weisz, John c. Reilly e Léa Seydoux.
Comentários