O 25 de abril assiste à estreia nacional do único filme português presente na competição principal da última edição do Festival de Berlim.
O realizador Ivo M. Ferreira mergulhou nas cartas de António Lobo-Antunes enviadas para a esposa nos dois anos que esteve destacado durante a guerra colonial. Para emoldurar aquilo que, mais do que uma história, é um longo poema sobre amor, distância e a guerra, brilha a magnífica fotografia de João Ribeiro.
“Cartas da Guerra” foi o resultado de uma longa epopeia em termos de produção – prejudicada por constantes falta de recursos e, especialmente em Angola, problemas quotidianos. O filme tem como protagonistas Miguel Nunes, Ricardo Pereira e Margarida Vila-Nova.
Outro trabalho nacional fora de competição é “A Ilha dos Ausentes”, onde José Vieira aborda em forma de 'road movie' documental a vida e as memórias dos emigrantes portugueses – tema característico da sua obra.
Jogos de poder
A competição internacional do IndieLisboa avança com dois filmes.
Da Grécia vem “Chevalier”, uma antestreia nacional”, que é a segunda longa-metragem de Athina Rachel Tsangari, que deu nas vistas com “Attenberg”.
A ideia segue uma das predileções da cineasta, exercitadas numa curta-metragem anterior, que é reunir num espaço fechado um grupo de pessoas do mesmo sexo e estabelecer um tratado sobre as suas relações de poder. Aqui esse enquadramento antropológico segue seis homens num iate de luxo que, com o passar do tempo, desenvolvem jogos e tornam-se cada vez mais competitivos.
Em “This Summer Feeling” ("Ce Sentiment de L’Éte"), por seu lado, o francês Mikhaël Hers, na sua terceira participação na competição do festival, narra uma história a partir da morte de uma mulher de 30 anos – cuja dor reúne o namorado e a irmã.
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