Um debate sobre a animação portuguesa, a corrida ao galardão de melhor jovem cineasta e o prémio para melhor filme português são os pontos a cumprir na agenda do dia.
O realizador
Sylvain Chomet não veio ao Cinanima porque uma gripe o deixou na cama. Provavelmente, a sua fobia de altos voos que o obrigaria a viajar de comboio até Espinho até agradeceu a súbita doença. Mas, por aqui há outros convidados internacionais que preenchem a quota.
Do júri internacional, por exemplo, fazem parte os realizadores
Gil Alkabetz,
Thierry Steff e
Gerrit Van Dijk, este último tendo como
hobbie um projecto artístico em que se fotografa deixando a sua «marca» nas casas de banho do mundo.
No entanto, nada disso interessa no penúltimo dia de festival, porque a agenda é quase inteiramente dedicada à prata da casa.
Logo pelas 11h30 da manhã, são as jovens revelações a estar em destaque com a exibição dos filmes que concorrem para o prémio
Jovem Cineasta Português.
Ainda antes do almoço, os maiores nomes da animação portuguesa juntam-se para um dos vários encontros que vêm acontecendo desde o ano passado. Em círculo, reúnem uma assembleia em que os «deputados» debatem
«Os caminhos da animação portuguesa». O objectivo é que dali saiam soluções que, na prática, ajudem a produção nacional de filmes animados.
Mesmo que o encontro se alongue irá com certeza perder a maior parte do quórum logo a seguir ao almoço. É precisamente nessa altura que a sessão mais aguardada pelos cineastas portugueses acontece.
Para o
Prémio António Gaio concorrem filmes dos mais conceituados realizadores de animação da nossa praça. Da lista de cineastas concorrentes faz parte, por exemplo,
Pedro Serrazina, que tem a concurso o seu mais recente filme,
«Os Olhos do Farol». Quem lá está também, e com direito a bis, é
José Miguel Ribeiro, autor de
«A Suspeita». O realizador vê na lista de nomeados dois dos seus filmes,
«Dodu – O Rapaz de Cartão» e
«Viagem a Cabo Verde», este último um documentário animado em que reconstitui uma viagem de dois meses ao país em questão, prova de uma fuga que fez do mundo, deixando para trás tudo o que o controlava, telemóvel e relógio incluídos.
A concorrência é forte. Por entre elogios mútuos, ninguém esquece que pode ser o vencedor na cerimónia de encerramento desta noite. E todos sabem o que isso representa.
Um prémio num festival pode significar para a curta-metragem que lhes tomou anos de vida um pulo que fará toda a diferença. Sair sem um prémio pode ser mais um passo para o esquecimento do filme que lhes roubou atenção nos últimos anos.
Veja também:
Comentários