À terceira foi de vez: após ter estado mesmo à beira da Palma de Ouro com
«Um Profeta» e
«Ferrugem e Osso»,
Jacques Audiard conseguiu arrecadar finalmente o prémio principal do Festival de Cannes com «Deephan», sobre um guerreiro Tamil que foge do Sri Lanka para França, onde trabalha como vigia de uma obra nos arredores de Paris.
Também os troféus nas categorias de interpretação foram parar a mãos francesas.
Vincent Lindon mereceu o galardão de Melhor Ator pelo drama social «La Loi du Marché», de Stéphane Brizé, pelo papel de um desempregado com um filho deficiente, que em desespero aceita um trabalho de segurança num super-mercado que o obriga a espiar os colegas para justificar o despedimento destes à primeira falha.
Já
Emmanuelle Bercot, que enquanto realizadora abrira o festival com «La Tête Haute», foi galardoada como Melhor Atriz pelo drama «Mon Roi», de Maïwenn, ex-aequo com a norte-americana
Rooney Mara pelo filme «Carol», de
Todd Haynes. Esta foi uma das grandes surpresas das distinções, não só pelo «empate» no galardão como também pelo facto da a grande favorita a esse troféu ser
Cate Blanchett, precisamente pela película de Haynes.
O Grande Prémio do Júri, uma espécie de segundo prémio do Festival, foi para o húngaro «Son of Saul», de László Nemes, centrado no prisioneiro de um campo de concentração que tenta resgatar o corpo de um menino morto que acredita ser o seu filho. Já o Prémio do Júri foi para a comédia negra «The Lobster», do grego
Yorgos Lanthimos, uma distopia futurista protagonizada por Colin Farrell e Rachel Weisz.
O taiwanês
Hou Hsiao-Hsien conquistou o prémio de Melhor Realizador pelo muito elogiado filme de artes marciais «The Assassin».
O troféu de Melhor Argumento foi conquistado por «Chronic», do mexicano Michel Franco, um poderoso retrato de um enfermeiro que cuida de pacientes em estado terminal, encarnado por Tim Roth.
O colombiano «La Tierra y la Sombra", de César Augusto Acevedo, centrado nas relações de uma família numa plantação de açúcar, conquistou a prestigiada Caméra d'Or, que premia o melhor filme de um realizador estreante no festival.
A realizadora
Agnès Varda recebeu o prémio de carreira, a primeira vez que o galardão é atribuído a uma mulher.
Entretanto, nos últimos dias foram conhecidos os restantes prémios atribuídos no festival. Entre eles contam-se, pela importância,
o galardão principal da Semana de Crítica ao argentino «La Patota», e pelo pitoresco, o
troféu Palm Dog ao cãozinho Dixie, pelo segundo volume do tríptico português «As Mil e Uma Noites», de Miguel Gomes, um dos filmes mais elogiados de todo o certame.
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Todas as Palmas de Ouro do Festival de Cannes
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