Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Brendan Fraser, Rami Malek, Mark Ruffalo, Ariana DeBose, Julia Louis-Dreyfus e Ben Stiller estão entre as mais de 300 estrelas de Hollywood signatárias de uma carta que exige uma posição firma à liderança do sindicato norte-americano dos atores (SAG-AFTRA) nas negociações com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP).
A carta, obtida pela revista Rolling Stone, deixa uma forte indicação da disponibilidade para entrar em greve se "pontos fundamentais" não forem tratados de forma satisfatória.
Glenn Close, Michelle Williams, Marisa Tomei, Kevin Bacon, Laura Linney, Elizabeth Banks, Sarah Polley, Zachary Quinto, Alison Brie, Connie Britton, Neve Campbell, David Duchovny, Keith Carradine, Minnie Driver, Neil Patrick Harris, Peter Gallagher, Paul Walter Hauser, Maya Hawke, Riley Keough, Joey King, John Leguizamo, Eva Longoria, Marlee Matlin, Liam Neeson, Bob Odenkirk, Patton Oswalt, Uzo Aduba, Jordana Brewster e Elliot Page são outros atores que assinam a carta à liderança do SAG-AFTRA, formada pela presidente Fran Drescher (a antiga estrela da série "The Nanny") e o diretor executivo Duncan Crabtree-Ireland.
A 6 de junho, 97.91% dos membros do SAG-AFTRA votaram a favor da autorização para entrar em greve após o fim do atual contrato com a AMPTP se não se estiver perto de chegar a acordo com a organização que representa os grandes estúdios e plataformas de Hollywood.
Já a sofrer com uma greve decretada pelo sindicato os argumentistas desde 2 de maio, Hollywood paralisará completamente caso falhem as negociações esta sexta-feira, 30 de junho.
Esta semana, Fran Drescher divulgou uma mensagem em vídeo em que fazia uma atualização sobre as negociações e se mostrava muito otimista sobre chegar a um "acordo seminal".
Mas segundo a Rolling Stone, a mensagem não caiu bem a muitos atores, que apelam ao SAG-AFTRA para não se contentar com um acordo que não responda a todas as exigências.
"Esperamos que tenham ouvido nossa mensagem: este é um ponto de inflexão sem precedentes no nosso setor, e o que pode ser considerado um bom acordo em qualquer outro ano simplesmente não é suficiente. Sentimos que os nossos salários, a nossa profissão, a nossa liberdade criativa e o poder de nosso sindicato foram prejudicados na última década. Precisamos inverter essas trajetórias", diz a carta, que expressa também a solidariedade pela luta dos argumentistas.
As questões-chave, segundo a revista, incluem “o salário mínimo, os 'residuals' [direitos residuais, receitas de compensação] que levem em conta o crescimento do streaming, saúde, pensões e regulamentação sobre como as gravações por iniciativa própria são usadas no processo de casting".
A forma como é utilizada a Inteligência artificial é outra preocupação dos atores: "Não pensamos que os membros do SAG-AFTRA possam dar-se ao luxo de obter ganhos pela metade em antecipação de que mais chegarão dentro de três anos, e achamos absolutamente vital que esta negociação proteja não apenas a nossa imagem, mas garanta que sejamos bem compensados quando algum do nosso trabalho é usado para treinar a Inteligência Artificial".
E os signatários da carta deixam a seguir uma certeza ameaçadora: "Queremos que saibam que preferimos entrar em greve a fazer concessões nestes pontos fundamentais, e acreditamos que, se nos contentarmos com um acordo menos que transformador, o futuro do nosso sindicato e a nossa profissão serão prejudicados, e o SAG-AFTRA entrará na próxima negociação com um poder drasticamente reduzido”.
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