O famoso realizador sul-coreano Kim Ki-duk faleceu às primeiras horas desta sexta-feira (11) na Letónia, por complicações relacionadas com a COVID-19. Tinha 59 anos.
O realizador tinha chegado ao país a 20 de novembro, onde planeava comprar casa e pedir um visto de residência.
Um dos mais importantes cineastas contemporâneos asiáticos, o seu currículo incluía um Leão de Ouro no Festival de Veneza por "Pietá" (2012) e um Urso de Ouro no Festival de Berlim por "Samaritana" (2004).
"Samaritana" também lhe valeu o prémio de Melhor Realização em Berlim, que acumulou no mesmo ano com outro na mesma categoria em Veneza por "Ferro 3".
Fazendo o pleno dos três festivais de cinema mais importantes do mundo, o seu documentário Arirang (2011) foi também distinguido como Melhor Filme na secção "Un Certain Regard" do festival de Cannes.
Outros títulos incontornáveis que o deram a conhecer ao público ocidental foram "O Bordel do Lago" (2000), "Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera" (2003), "O Arco" (2005) e "Breath" (2007).
A reputação de Kim Ki-duk sofreu após ser acusado de abusos físicos e sexuais em agosto de 2017 por parte de uma atriz sul-coreana não identificada durante a rodagem do filme "Moebius" (2013).
Em dezembro desse ano, o realizador foi condenado a pagar 4.600 dólares por agressão física. No entanto, outras acusações foram arquivadas, incluindo a de assédio sexual por alegada falta de provas. Subsequentemente, processou a atriz por fazer acusações falas e um grupo ativista de defesa dos direitos das mulheres por danos à sua imagem.
O seu penúltimo filme, "Human, Space, Time and Human", rodado ainda antes do escândalo, foi exibido na sessão de abertura do Fantasporto em 2019, que já o distinguira com o Prémio Orient Express por “Pietá” em 2013.
O seu último trabalho foi "Dissolve" (2019), já foi filmado no Cazaquistão com atores locais.
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