"Coração de Cavaleiro" foi um dos filmes que ajudou a colocar Heath Ledger no mapa de Hollywood.
Lançado em 2001, era um filme de comédia e aventura que se passava no século XIV sobre William Thatcher, um escudeiro com o sonho de se tornar cavaleiro que forjava uma nova identidade para entrar num torneio e provar o seu valor.
Ainda com Paul Bettany, Alan Tudyk, Mark Addy, Rufus Sewell e Shannyn Sossamon, era um filme despretensioso e sem grandes preocupações históricas que causou sensação por até se ouvir a certa altura o tema "We Will Rock You", dos Queen.
Segundo o realizador Brian Helgeland, houve duas tentativas de fazer uma sequela que ficaram pelo caminho.
A primeira ideia era transportar as mesmas personagens para uma história de piratas e caça ao tesouro, mas foi rejeitada pelo estúdio Sony, contou numa entrevista ao Inverse (via IndieWire).
Já após a morte de Heath Ledger em 2008 e numa altura em que a Netflix se começava a afirmar como estúdio de filmes originais, Paul Bettany descreveu ao realizador a ideia que saiu de um jantar que teve com Alan Tudyk: uma filha adolescente de William Thatcher que também queria entrar num torneio, mas não podia por ser mulher.
"Ela encontrava o grupo, que aceitava ensiná-la, mas tinha de esconder quem era. Cortavam o cabelo dela curto e falava com uma voz grossa, etc.”, recorda Helgeland.
“Apresentei isso à Sony porque têm os direitos e parecia que estavam interessados em fazer com a Netflix, lançando-o como um filme da Netflix. O que percebi é que a Netflix testou essa ideia da sequela através dos seus algoritmos, o que indicou que não teria sucesso”, resumiu.
Note-se que, tanto quanto se sabe, a plataforma não tem (ainda) um algoritmo por onde possa passar as ideias de filmes para perceber se são compatíveis com os seus subscritores, ao contrário das sugestões que faz baseadas em hábitos de consumo.
A referência aos "algoritmos" foi a forma escolhida pelo realizador para descrever o processo de decisão ou, neste caso, de rejeição do estúdio, onde, tal como noutros, entram muitos fatores objetivos (como estudos de mercado) e subjetivos (instinto).
Comentários