A copresidente da Sony Pictures Entertainment (SPE), Amy Pascal, anunciou a sua demissão, dois meses depois do ciberataque que o estúdio sofreu e que deixou expostas várias comunicações comprometedoras.
A partir de agora, Pascal vai dedicar-se a novas atividades de produção dentro do estúdio, no qual entrou em 1988 quando este ainda era a Columbia Pictures, posteriormente absorvida pela gigante japonesa Sony.
A veterana executiva foi a mais prejudicada pelo ataque informático que a empresa sofreu em meados de novembro, que foi reivindicado por um grupo que se opôs à estreia do filme «Uma Entrevista de Loucos», uma sátira sobre o líder norte-coreano Kim Jong-un.
Os seus e-mails, alguns deles muito comprometedores, chegaram à internet.
Num deles, a executiva queixava-se por ter de participar num «estúpido» pequeno-almoço com o presidente Barack Obama, a quem deveria perguntar sobre se tinha visto os filmes «Django Libertado», «12 Anos Escravo e «O Mordomo», todos sobre escravos negros.
Outras mensagens eletrónicas chamavam Angelina Jolie de «rapariga mal educada com pouco talento», «infantil, irresponsável e caprichosa», e Leonardo DiCaprio de «desprezível» por não querer entrar numa biografia sobre Steve Jobs.
Pascal começa o seu novo projeto em maio, dedicando-se à produção de filmes, séries de televisão e peças de teatro, segundo um comunicado do estúdio.
«Passei quase toda a minha vida profissional na Sony Pictures e estou muito motivada para começar esse novo capítulo numa empresa que sinto ser como a minha casa», afirmou. «Sempre quis ser produtora».
O ciberataque deixou expostos os números de segurança social de 47.000 trabalhadores, assim como dados salariais e relatórios médicos. Vários trabalhadores avançaram com processos em tribunal contra o estúdio por ter entregue a «criminosos» informações confidenciais e ter colocado em perigo os funcionários.
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