As estatísticas semestrais do cinema em Portugal, divulgadas pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), revelam que este ano foram produzidos e terminados apenas seis filmes portugueses com apoio financeiro do ICA, quando no primeiro semestre de 2012 tinham sido produzidos 22.
Os seis filmes – dois documentários e quatro ficções – tiveram apoio financeiro do ICA antes de 2012, porque os concursos do ano passado foram suspensos por incapacidade de cumprimento orçamental daquele organismo.
Foi por essa suspensão do apoio estatal que vários produtores e realizadores portugueses lamentaram que 2012 foi um «ano zero» para o cinema nacional, acentuando o cenário de «paralisia do setor».
Os concursos do ICA foram reabertos este ano pela secretaria de Estado da Cultura, mas ainda não houve contratualização efetiva de verbas para a produção cinematográfica. A quebra na produção ainda é mais acentuada se comparada com o primeiro semestre de 2004, em que, segundo o ICA, foram concluídos 30 filmes.
Quanto à exibição comercial, de janeiro a junho deste ano houve 5,5 milhões de espetadores nas salas de cinema, menos 607.741 do que no mesmo período de 2012. Apesar de junho ter sido o único mês que registou melhores resultados, a verdade é que no total do semestre os exibidores perderam 3,9 milhões de euros (ME) de receita bruta de bilheteira (descendo de 32,8 ME para 28,8 ME).
«Comboio Noturno para Lisboa», de
Bille August, com co-produção minoritária de Portugal, é considerado pelo ICA como o filme português mais visto do semestre, com cerca de 58 mil espectadores, seguido de
«Bairro», de Jorge Cardoso, Lourenço Mello, José Manuel Fernandes e Ricardo Inácio, e de
«Quarta Divisão», de
Joaquim Leitão.
Ainda assim, a soma dos espetadores de todos os 11 filmes produzidos ou co-produzidos em Portugal e estreados em 2013 até à data (82.701) está a uma enorme distância do total obtido por
«Velocidade Furiosa 6», o filme estrangeiro mais visto pelos portugueses entre janeiro e junho, com 415.521 espetadores.
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