O cineasta Guillermo del Toro lançou um apelo para a exibição do seu novo filme nas salas de cinema do país, e denunciou "a destruição sistemática do cinema mexicano".
A produtora PimientaFilms "está à procura de salas independentes" em três estados para exibir "Pinóquio de Guillermo del Toro", revelou o realizador no Twitter, falando da deserção da Cinemax, uma grande distribuidora.
Segundo as revistas especializadas, a Cinemex teria desistido da distribuição porque o filme só teria duas semanas de exclusividade no cinema, a partir de 24 de novembro, antes de ser incluído no catálogo da Netflix.
Del Toro afirmou que o que está a acontecer no cinema mexicano é "sem precedentes".
"A destruição sistemática do cinema mexicano e das suas instituições - que levaram décadas para ser construídas - tem sido brutal", partilhou.
O cineasta partilhou um comunicado da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas do México (Amacc), em que anuncia o adiamento do prémio Ariel 2023 (equivalente ao Óscar nos EUA) "até novo aviso" devido a uma "grave crise financeira".
"O Estado, que durante muito tempo foi o motor e o suporte da Academia, renunciou à sua responsabilidade como principal promotor e divulgador da cultura em geral e do cinema em particular", declarou a Amacc.
Outros setores culturais também reclamaram dos cortes orçamentários do governo nacionalista de esquerda liderado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, que assumiu o poder no final de 2018.
Ao mesmo tempo, a gestão AMLO, como é conhecido o presidente, pretende promover a cultura das comunidades indígenas.
"Não se trata de negar a expressão artística de ninguém. Todos podem coexistir. Mas todos têm o mesmo nível. Não existe uma arte erudita e uma arte popular, desprezada", disse na semana passada à AFP Jesús Ramírez, porta-voz de AMLO, durante os quatro dias de desfiles de artesãos indígenas na Cidade do México.
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