Começou esta quarta-feira a primeira parte de um ciclo integral com os filmes da uma realizadora pioneira no cinema japonês.
Mais conhecida como uma das atrizes mais versáteis do Japão e musa de Kenji Mizoguchi, Kinuyo Tanaka (1909-1977) foi também a segunda cineasta do seu país e a primeira após a Segunda Guerra Mundial.
Foram seis os filmes realizados dentro de um sistema e num país profundamente conservadores entre 1953 e 1962, que têm vindo a ser redescobertos pelos seus retratos amplamente feministas e progressistas das mulheres japonesas, ainda que Tanaka preferisse o requinte e contenção, evitando implicações mais controversas.
Restaurados pelos estúdios japoneses nos quais trabalhou, os filmes chegam a Portugal num ciclo em duas partes através da produtora e distribuidora The Stone and The Plot, após apresentações na França e Nova Iorque, num acontecimento cinéfilo raro nas salas comerciais portuguesas de Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Évora, Braga, Fundão, Funchal, Penafiel, Faro e Vila Nova de Famalicão.
Para já, em exibição todos os dias no Cinema City Alvalade de Lisboa e em dias selecionados na Casa de Cinema de Coimbra, e nos cinemas NOS Amoreiras (Lisboa), NOS Alameda (Porto), NOS Alma (Coimbra), NOS Fórum Almada (Almada) e NOS Fórum Algarve (Faro), e a partir de 13 de abril no Teatro do Campo Alegre (Porto), estarão os três primeiros filmes de Tanaka: "Carta de Amor" (1953), que concorreu à Palma de Ouro do Festival de Cannes e conta com uma interpretação comovente de Yoshiko Kuga; "A Lua Ascendeu" (1955), com argumento de Yasujirô Ozu, que a dirigiu em vários filmes desde o período mudo; e "Para Sempre Mulher" (1955), destacando-se a presença de Yumeji Tsukioka.
A 18 de maio chega a segunda parte do ciclo, que juntará "A Princesa Errante" (1960), o primeiro filme de Tanaka a cores e em Cinemascope; "Mulheres da Noite" (1961); e "Senhora Ogin" (1962).
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