Lançado nos cinemas em 2004, "Catwoman" foi um dos primeiros filmes a mostrar super-heróis que não eram brancos. E, além disso, era uma super-heroína, interpretada por Halle Berry, ainda "fresca" do Óscar conquistado por "Monster's Ball - Depois do Ódio" (2001).
Mas o resultado foi um desastre, artístico e comercial, reconhecido posteriormente por quase todos, incluindo por Halle Berry.
A propósito dos 20 anos da estreia do filme realizado por Pitof e ainda com Sharon Stone como vilã, a atriz refletiu sobre o que correu mal e reconheceu que aceitou o projeto sem objeções, mesmo sabendo que a história não era muito elaborada.
"Sempre achei que a ideia da Catwoman salvar as mulheres de um creme facial parecia um pouco ligeiro. Todos os outros super-heróis salvam o mundo; não salvam apenas as mulheres de rostos com fissuras. Sempre soube que essa era uma condição de super-herói leve, mas naquela época da minha carreira não tinha a agência que tenho hoje ou a convicção de que poderia desafiar isso, portanto aceitei”, explicou à revista Entertainment Weekly.
"Catwoman" também ganhou quatro prémios Razzie, conhecidos popularmente como os 'Óscares' para os piores no cinema; Pior Filme, Atriz, Realização e Argumento.
Berry ganhou fama e respeito por ter ido receber pessoalmente o seu "prémio".
“Não adorei [as más reações]. Por ser negra, estou habituada a carregar a negatividade nas costas, a lutar, a ser um peixe sozinho a nadar contra a corrente. Estou habituada a desafiar estereótipos e encontrar uma saída do nada. Eu não queria ser ligeira sobre isso, mas fui buscar aquele Razzie, ri de mim mesma e segui em frente. Não me atrapalhou porque lutei como mulher negra durante toda a minha vida. Um pouco de publicidade negativa sobre um filme? Não adorei, mas isso não iria parar o meu mundo ou impedir-me de fazer o que adoro”, recordou.
E a atriz esclarece que o estúdio sabia o que ela ia fazer na cerimónia satírica, aceitando o seu Razzie com grande 'emoção'... e a segurar o seu Óscar.
"Disse-lhes que queria gozar com a situação e rir daquilo", explicou.
E garante: "Não acho que seja um filme horrível, mas estava nos Razzies, portanto tive que fazer o que eles fazem; disse mal porque eles dizem mal! Escrevi [aquele discurso] com muita atenção. Pensei muito em como poderia fazer aquilo de uma forma divertida e deixei todos saberem que não levei isto assim tão a sério. Nunca me podem tirar o Óscar, não importa o muito que me batam! Se dizem que o mereci, também receberei este [Razzie]".
O momento ficou na história de Hollywood.
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