O Festival de Cinema de Cannes denunciou esta quarta-feira (16) "a violação grave da liberdade de expressão" representada pela condenação a seis meses de prisão do cineasta iraniano Saeed Roustayi por ter apresentado seu último filme no festival em 2022.
Roustaee apresentou em Cannes "Os Irmãos de Leila", longa-metragem que conta a história de uma família pobre no Irão, no contexto de uma crise económica grave.
O filme foi proibido no país desde o seu lançamento, no ano passado, por ter "violado as regras ao participar, sem autorização, em [os festivais de] Cannes e Munique", segundo autoridades.
Um tribunal de Teerão condenou Saeed Roustayi e o produtor do filme a seis meses de prisão, informou ontem o jornal reformista Etemad.
Essa pena "constitui, novamente, uma violação grave da liberdade de expressão dos artistas, cineastas, produtores e técnicos iranianos", denunciou o prestigiado festival, em comunicado transmitido à France-Presse.
“O Festival de Cannes expressa o seu apoio a todos aqueles que sofrem violência e repressão por rodarem e divulgarem as suas obras", acrescentou.
Segundo o Etemad, o tribunal decidiu que os realizadores irão cumprir apenas um vigésimo da pena, ou seja, nove dias, enquanto o restante "ficará em suspenso por cinco anos", período em que eles não poderão exercer "atividades ligadas ao crime cometido, nem comunicar com pessoas que atuam no setor do cinema".
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