Uma vez que o conto de fadas original de 1812 dos irmãos Grimm pertence ao domínio público e não se tem de pagar direitos de autor, uma outra versão de "Branca de Neve" será lançada em 2024 para concorrer com a controversa super produção da Disney com Rachel Zegler e Gal Gadot.
A empresa conservadora de comunicação social The Daily Wire anunciou a produção de "Snow White and the Evil Queen" ["Branca de Neve e a Rainha Má", em tradução literal] e já divulgou um primeiro teaser trailer.
No papel da princesa está a atriz conservadora e "YouTuber" Brett Cooper, que participou em "Heathers", uma série de 2018 para a Paramount Network baseada no filme de 1988 com Winona Ryder.
"É a história sobre uma princesa e um príncipe, sobre beleza e vaidade, sobre o amor e o seu poder de nos ressuscitar da morte para a vida. É a nossa própria adaptação de um antigo conto de fadas”, disse Jeremy Boreing, cofundador do The Daily Wire, ao anunciar o lançamento da Bentkey, uma nova marca de entretenimento infantil que assumidamente quer fazer concorrência à plataforma Disney+.
Já a protagonista destacou que foi "educada com os contos de fadas originais dos Grimm, pelo que estou emocionada por estarmos a dar vida a esta história icónica para a próxima geração!A Branca de Neve é uma personagem tão bonita e estou honrada por interpretá-la. Como todos os melhores contos de fadas, esta é uma história com valores intemporais, como o amor, a amizade e a bondade, e mal posso esperar para partilhá-los".
O anúncio foi feito a 16 de outubro, uma data que não é inocente: era o aniversário do centenário da Disney.
"Foram precisos 100 anos para construir a Disney. Sabemos que não somos o que a Disney é hoje, mas esperamos que, com o tempo, possamos tornar-nos o que foi, há muito tempo: um pequeno estúdio com grandes ideias e a coragem de persegui-las... embora a Disney ainda use o nome de Walt, praticamente abandonaram o seu legado…”, criticou Jeremy Boreing.
Ainda sem data concreta, a versão alternativa de "Branca de Neve" surge numa altura em que a da Disney que chegará aos cinemas a 21 de março de 2024 está envolvida numa grande desconfiança dos fãs por causa das alterações ao clássico da animação de 1937, nomeadamente a alegada substituição dos sete anões por "criaturas mágicas".
A polémica aumentou com a nova atenção dada a declarações antigas de Rachel Zegler, que disse ter detestado o filme original, que descreveu como "extremamente datado" e como será diferente o novo filme: a atriz de 22 anos descreveu o comportamento do príncipe como o de um "perseguidor" e sugeriu que a nova história não vaio mostrar a princesa a sonhar com a busca do amor verdadeiro, mas como se vai tornar "uma líder fantástica".
David Hand, o filho de um dos realizadores do filme da animação com o mesmo nome do pai, falecido em 1986, descreveu o projeto ao jornal britânico The Telegraph [acesso pago] como "woke" e "insultuoso" ao original. E acrescentou que tanto o seu pai como o próprio Walt Disney "estariam a dar voltas nos seus túmulos".
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