A atriz Vanessa Redgrave vai participar no Festival Internacional de Cultura (FIC), que abre no dia 1 de setembro, em Cascais, onde participa numa conversa com o jornalista António Borga e com o público, divulgou hoje a organização.
A conversa com a atriz, no dia 17 de setembro, às 19:00, na Casa das Histórias, em Cascais, acontece após a exibição do filme “Julia” (1977), de Fred Zinnemann, que foi “escolhido pela própria artista pelo facto de a personagem que interpreta remeter para situações muito atuais”.
No final da sessão, a atriz britânica de 80 anos, será homenageada pela Academia Portuguesa de Cinema.
“Julia” é protagonizado por Jane Fonda e Vanessa Redgrave, a ação passa-se na década de 1940 e “conta a história de duas amigas de infância que percorrem caminhos diferentes: Julia foi estudar em Viena e Lillian tornou-se uma conhecida escritora”.
Julia, que vive na Europa, pede a Lillian, de origem judia, que aproveite uma viagem vai fazer à então União Soviética para contrabandear dinheiro, através da Alemanha, para ajudar as vítimas do regime nazi, na altura em forte ascensão.
As duas amigas encontram-se fugazmente e Lillian conhece a filha de Julia. No seu regresso aos Estados Unidos, Lillian sabe que a amiga foi assassinada e decide viajar para Inglaterra, na esperança de encontrar a filha de Julia, de quem tinha prometido cuidar. Este papel valeu à atriz inglesa o Óscar para a Melhor Atriz Secundária.
Vanessa Redgrave, filha dos atores Michael Redgrave e Rachel Kempson, iniciou-se no teatro aos 18 anos e no cinema fez parte dos elencos de “Blowup - História dum Fotógrafo” (1966), “Morgan” (1966), “Isadora” (1968), “Duas Rainhas” (1971), “As Mulheres de Boston” (1984), e “Regresso a Howards End” (1992), “Missão Impossível” (1996), “Vida Interrompida” (1999) e “Os Três Reis” (2000).
Recentemente a atriz partilhou com o filho, Carlo Nero, a realização do documentário “Migrações” (“Sea Sorrow”) e a Leopardo Filmes também anunciou a sua presença no Cinema Medeia Monumental (Lisboa) a 19 de setembro para a antestreia.
Trata-se da sua estreia atrás das câmaras e é uma meditação muito pessoal sobre a atual crise dos refugiados, através do olhar e da voz de ativistas e crianças, misturando o passado e o presente, o documentário e o teatro, numa reflexão sobre a importância dos direitos humanos.
Na sessão estará acompanhada pelo filho Carlo Nero, produtor do filme, e Lord Alfred Dubs, membro e antigo deputado do Partido Trabalhista, activista de longa data dos direitos dos refugiados e ex-presidente do Conselho para os Refugiados.
O que traz o Festival Internacional de Cultura
Entre as novidades hoje anunciadas, de referir um debate entre o politólogo, advogado e escritor, Jaime Nogueira Pinto e o musicólogo e ex-deputado comunista Ruben de Carvalho, no dia 21 de setembro, dedicado às revoluções.
A 17, às 21:30, prossegue, no ciclo de Encontros e Debates, uma outra conversa, desta feita entre os jornalistas Clara Ferreira Alves e Rodrigo Guedes de Carvalho, ambos autores de livros, moderada pela jornalista Maria Flor Pedroso e dedicada ao tema “O bem, o mal”.
Da programação já apresentada, o concerto da fadista Joana Amendoeira, no dia 11 de setembro, às 21:30, realiza-se no Lounge D do Casino Estoril, e não no exterior da Casa Sommer de Andrade-Arquivo Municipal de cascais, como inicialmente previsto.
No espetáculo no Estoril, a criadora de “Lisboa da Madrugada” é acompanhada pelos músicos Paulo Valentim, na guitarra portuguesa, e Bruno Costa, na viola.
O FIC realiza-se sob o mote “Camões: ao desconcerto do mundo” e projeta 12 concertos, 11 exposições, ciclos de cinema, artes de rua, gastronomia e aquele que será “o primeiro evento que reúne artesãos, arquitetos e designers nacionais e internacionais”, além de uma feira do livro e de um ciclo de debates.
O ciclo de debates projeta 13 sessões, entre elas, uma com o ensaísta Eduardo Lourenço e o escritor António Lobo Antunes, no dia 30 de setembro.
O painel de personalidades que participa no FIC inclui, entre outros, Alexandra Lucas Coelho, Gonçalo M. Tavares, Hélia Correia, Nuno Júdice, José Tolentino Mendonça, Alfredo Teixeira, Paul Auster, Arundhati Roy, Maylis de Kerangal, Selva Almada, António Bagão Félix, Francisco Louçã, Pedro Vieira e Lídia Jorge.
No domingo, dia 24 às 19:00, na Casa das Histórias, realiza-se uma homenagem a Manuel Alegre, que vai consistir numa conversa do poeta com Ana Sousa Dias, seguida de um recital de poesia.
A programação musical inclui nomes como Salvador Sobral, Jorge Palma, a Orquestra XXI e o pianista Artur Pizarro.
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