"As Serviçais" tornou-se o filme mais visto na Netflix durante estes dias dominados pelos protestos nos EUA e no resto do mundo contra a violência policial e o racismo.
A história do filme acompanhava três mulheres muito diferentes, Aibileen e Minny, duas criadas domésticas negras (Viola Davis e Octavia Spencer, que ganhou o Óscar), e Eugenia, uma jovem branca privilegiada que tenta vingar como escritora (Emma Stone), que construiam uma improvável amizade que quebrava todas as regras sociais no Mississippi durante os anos 60.
Apesar do sucesso público, muitos sentiram que, apesar das boas intenções da história, era mais um filme sobre "o salvador branco" (Emma Stone), deixando para segundo plano a história emocional das criadas negras. Anos mais tarde, a própria Viola Davis concordou com as críticas.
O renovado sucesso de "As Serviçais" foi mal recebido pelos ativistas do movimento "Black Lives Matter" [as vidas negras importam] e também chegou à atriz Bryce Dallas Howard, que interpretava uma preconceituosa senhora da alta sociedade defensora do "status-quo" que acabava por ser a "vilã".
"Estou grata pelas extraordinárias amizades que surgiram desse filme - a nossa ligação é algo que valorizo profundamente e durará a vida inteira. Dito isto, 'As Serviçais' é uma história fictícia contada sob a perspetiva de uma personagem branca e foi criada por argumentistas predominantemente brancos. Podemos ir mais além", explicou.
Em vez de "As Serviçais", a atriz recomendou uma lista "não exaustiva" de filmes e séries que se centram em vidas, histórias, criadores e atores afro-americanos, para perceber melhor "sobre o movimentos dos direitos civis, linchamentos, segregação, Jim Crow [as leis que impunham essa segregação] e todas as formas como isso hoje tem um impacto em nós".
A atriz recomenda os documentários "13th", "Eyes on the Prize", "I am Not Your Negro" e "Say Her Name: The Life And Death Of Sandra Bland", os filmes "Tudo Pela Justiça", "Malcom X" e "Selma", e as séries "Watchmen" e "When They See Us ".
Comentários