A Disney vai avançar com sequelas de três dos seus maiores sucessos de animação nos cinemas: "Frozen", "Toy Story" e "Zootrópolis".
A novidade foi avançada pelo diretor executivo da empresa Bob Iger durante a apresentação dos resultados financeiros do último trimestre de 2022, onde foi anunciado a perda de 2,4 milhões de subscritores na plataforma Disney+ e os cortes de sete mil empregos (cerca de 3% do total) e 5,5 mil milhões de dólares em custos.
Concretamente, vão ser lançados nos próximos anos "Frozen 3", "Toy Story 5" e "Zootrópolis 2", mas a imprensa especializada descreve fala de "surpresa" pois não existiam rumores sobre os projetos: o estúdio não revelou detalhes sobre datas, histórias ou talentos envolvidos, prometendo um anúncio para mais tarde.
Tanto "Toy Story 4" (2019) como "Zootrópolis" (2016) arrecadaram cada um mais de mil milhões de dólares nas bilheteiras mundiais, e "Frozen 2" (2019) chegou aos 1,45 mil milhões. Além do sucesso comercial, os três estão entre os mais elogiados por espectadores e críticos, e os dois primeiros ganharam o Óscar da sua categoria (tal como "Toy Story 3").
As três sequelas chegam num momento de alarme para o estúdio: ao contrário dos filmes da Marvel, as animações da Disney e Pixar não estão a ter sucesso nas bilheteiras com a recuperação dos cinemas após o impacto da pandemia.
"Estranho Mundo", a mais recente animação da Disney, lançada em novembro de 2022, teve resultados de bilheteira descritos como "catastróficos" pela revista Variety, com 74 milhões de dólares a nível mundial contra um orçamento, entre custos de produção, marketing e distribuição, que algumas fontes dizem ter chegado aos 274 milhões. Resultado: o filme chegou ao Disney+ apenas um mês após a estreia nos cinemas.
O mesmo aconteceu com "Buzz Lightyear", da Pixar, a "história" do astronauta que inspirou o brinquedo de "Toy Story" , que foi um fracasso comercial no verão, com 226 milhões de receitas mundiais para um investimento de 200 milhões, sem incluir custos de marketing e distribuição.
Os resultados contrastaram com os de "Encanto", lançado em novembro de 2021, quando as famílias davam os primeiros passos no regresso aos cinemas após a pandemia, que conseguiu arrecadar 256 milhões de dólares a nível mundial e a seguir foi um sucesso gigantesco no Disney+, lançou um fenómeno chamado "We Don't Talk About Bruno" e ganhou o Óscar na sua categoria.
Não há consenso sobre as causas da "crise", destacando-se várias hipóteses: as reações de críticos e espectadores de que não eram da melhor "colheita" da Pixar e da Disney; os espectadores habituaram-se a ver os filmes em casa por causa do controverso lançamento no Disney+ durante a pandemia de "Soul - Uma Aventura com Alma", "Luca" e "Turning Red - Estranhamente Vermelho"; a polémica com a inclusão de personagens LGBTQ+ ou, no caso de "Buzz Lightyear", a escolha de Chris Evans para dar voz do astronauta e não Tim Allen, que fora a do brinquedo nos filmes "Toy Story".
Já uma alegada relutância das famílias em voltar aos cinemas por causa da COVID-19 foi desmentida pouco depois da estreia de "Buzz Lightyear" pelo gigantesco sucesso de "Mínimos 2".
Comentários