Sessões de cinema, ‘masterclasses’, conversas e momentos musicais sobre a Sétima arte integram o programa da primeira RONCA – Mostra de Cinema de Elvas, que vai decorrer, a partir de 2 de março, nesta cidade alentejana.
A iniciativa é promovido por jovens estudantes de cinema da Escola de Tecnologias, Inovação e Criação (ETIC) de Lisboa, decorrendo, até 27 de março, no Auditório São Mateus, na cidade raiana de Elvas, no distrito de Portalegre.
Luís Graça, responsável pela direção artística do festival, explicou à agência Lusa que o objetivo do evento passa por mostrar a importância do cinema e da banda sonora nos filmes, bem como a narrativa e a imagem nos filmes portugueses.
“Queremos também promover a descentralização dos eventos cinematográficos e, como sou natural de Elvas, mas a estudar em Lisboa, surgiu a ideia de fazer aqui [em Elvas] este evento e mostrar a esta população que quer ver cinema o que existe na capital. Queremos mostrar o que existe na cultura, abrir um bocado a bolha, o pensamento”, acrescentou.
O festival, cuja designação homenageia um instrumento musical típico de Elvas, a Ronca, arranca, às 16h00 de 2 de março, com um retrospetiva dedicada ao ator Vasco Santana (1898-1958).
Intitulada "Chapéus há muitos, Vasco Santana só há um", esta iniciativa constitui “uma oportunidade imperdível para mergulhar na história do cinema português e de Vasco Santana, um ícone do cinema, teatro e música”, disse a organização, em comunicado.
A retrospetiva engloba a revisitação da vida e de filmes de Vasco Santana, como “A Canção de Lisboa”, e uma conversa com Frederico Corado sobre toda a envolvência desta obra.
“Estamos a assinalar os 50 anos do 25 de Abril [e estes] foram filmes feitos em tempo de ditadura. Acho que é bastante importante e relevante nós revisitarmos estes filmes para ver de que forma eles ‘ironizavam’ o Estado e como se tinham de controlar para não serem censurados e como ultrapassaram a censura”, explicou Luís Graça.
O filme “O Pai Tirano” é, por sua vez, o protagonista do festival no dia 06 de março, pelas 17:00, enquanto, no dia 14, à mesma hora, será exibida a película “O Pátio das Cantigas”.
O programa da mostra de cinema integra, igualmente, uma ‘masterclass’ com o realizador português David Bonneville, sobre o papel do realizador no processo cinematográfico, no dia 16, a partir das 11h00.
O filme “Alentejo, Alentejo”, de Sérgio Tréfaut, vai ser exibido numa sessão especial nesta mostra de cinema, no dia 17 de março, pelas 17h00.
O festival prossegue, a 20 de março, às 21h00, com o filme “A Balada da Praia dos Cães, realizado por José Fonseca e Costa, numa adaptação do romance de José Cardoso Pires.
Para dia 23, pelas 11h00, está marcada a ‘masterclass’ intitulada “Cinema Português: Ensino, Desafios e Futuro”, com Pedro Senna Nunes, e, às 18h00, está anunciada a sessão “Curtas em Harmonia”, musicadas por Pedro Zagalo.
No dia seguinte, às 17h00, será exibido o melodrama “Fado, História D´uma Cantadeira”, realizado por Perdigão Queiroga, encerrando a mostra de cinema com a película “Campo de Sangue”, de João Mário Grilo, às 21h00 do dia 27 de março.
Nos dias 3, 9, 14 e 16 de março, sempre pelas 17h00, estão programadas sessões sobre curtas-metragens que englobam vários temas.
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