"Ainda Estou Aqui" passou para o primeiro lugar nas previsões da Variety para ganhar o Óscar de Melhor Filme Internacional.

Na semana crucial em que os membros da Academia votam para nos seus favoritos para as estatuetas douradas (até terça-feira, dia 18), a revista especializada é a segunda, após a Entertaiment Weekly (EW), a alterar para uma vitória do filme brasileiro na categoria.

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Trata-se da mesma revista que previu a vitória de Fernanda Torres para Melhor Atriz em Drama nos Globos de Ouro a 5 de janeiro e a sua nomeação para os Óscares, como aconteceu.

Na mais recente atualização, a Variety mantém a previsão da vitória de Demi Moore para Melhor Atriz, com a artista brasileira em segundo lugar, e refletindo a vitória nos prémios do sindicato dos produtores e realizadores norte-americanos, passou "Anora" para o favorito em Melhor Filme, com "Ainda Estou Aqui" em sétimo.

Normalmente, a produção de Walter Salles surgia em segundo lugar nas previsões para Melhor Filme Internacional, o que ainda acontece na mais recente atualização da revista The Hollywood Reporter, que mantém o favoritismo de "Emília Pérez".

A vaga para o que pode ser a primeira vitória do Brasil nos Óscares surge após o desmoronamento da campanha do narcomusical de Jacques Audiard sobre o líder de um cartel de drogas que transita para a vida de mulher e vira as costas ao crime.

Após receber 13 nomeações para os Óscares a 23 de janeiro, o maior número de sempre para um título não falado em inglês, a Netflix teve de mudar a estratégia, removendo a protagonista Karla Sofía Gascón, a primeira pessoa abertamente transgénero nomeada numa categoria de interpretação, após a revelação de mensagens nas redes sociais sobre a presença muçulmana na Espanha e outras questões sociais e políticas.

Os analistas também acreditam que poderão ter impacto na votação as fortes críticas negativas à forma como retrata o México, o flagelo da criminalidade e a identidade de género, a escassa presença de atores mexicanos no elenco e até o sotaque castelhano de Selena Gomez.

"Ainda Estou Aqui": como um filme fez o Brasil encarar o fantasma da ditadura militar
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Com mais de 4,1 milhões de espectadores desde a estreia em novembro no Brasil e também um grande sucesso em Portugal, onde é o mais visto há quatro semanas e o filme brasileiro com mais impacto desde 2004, com quase 227 mil espectadores, "Ainda Estou Aqui" remete para o período da ditadura militar do Brasil (1964-1985), recuperando a história do político Rubens Paiva, que foi preso, torturado e morto, e da mulher, a ativista Eunice Paiva, sendo os papéis interpretados por Selton Mello e Fernanda Torres.

O filme baseia-se no livro homónimo, de memórias, do escritor Marcelo Rubens Paiva, filho de ambos, relatando não só a repressão e os atos de tortura sofridos pelo pai – cujo corpo nunca foi encontrado – como também a capacidade de superação e resistência da mãe até ao final da vida.

A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 2 de março, em Los Angeles, Califórnia, com apresentação de Conan O’Brien.

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