A organização da "Viagem Medieval" de Santa Maria da Feira anunciou que os seus adereços integram a produção do filme "A Trança de Inês", inspirado na obra homónima de Rosa Lobato Faria.
Segundo revelou a organização do evento à Lusa, a obra cinematográfica é realizada por António Ferreira, tem produção luso-franco-brasileira, retrata o drama do “amor proibido” entre o futuro rei D. Pedro e Inês de Castro, e está em rodagem em Coimbra até 15 de julho.
O apoio da Viagem Medieval consiste na cedência de parte do seu espólio próprio para a decoração dos cenários de época do filme: peças de mobiliário como camas, bancos, cadeiras e cómodas; acessórios como archotes, espelhos, baús, tabuleiros de damas e louças de estanho; e também várias peças de índole militar como lanças, escudos, espadas e alabardas.
"Uma parte significativa do material de cenografia do filme pertence ao espólio da Viagem Medieval, que também apoiou a produção na composição decorativa, no rigor histórico e na conceção artística", declarou fonte da organização do evento que terá em 2017 a sua 21.ª edição.
"A estreia do filme será em 2018 - ano em que a Viagem Medieval será dedicada ao reinado de Pedro I - e o filme terá uma sessão especial em Santa Maria da Feira com a presença do realizador e atores", acrescentou.
O elenco de "A Trança de Inês" tem como protagonistas Diogo Amaral, no papel de Pedro, e Joana de Verona, no de Inês, sendo que o enredo envolve três cronologias distintas para o amor trágico entre essas duas personagens: uma narrativa decorre na época medieval, outra na atualidade e a terceira "num futuro distópico".
O fator comum nesses diferentes contextos é que, "em todas as épocas, Pedro e Inês conhecem-se e apaixonam-se descontroladamente, enfrentando os tabus que teimam em separá-los".
Citado em comunicado da organização da Viagem Medieval, o realizador António Ferreira afirma que "a experiência e o rigor" acumulados pelos responsáveis do evento na concretização de projetos de índole histórico foi determinante para a estética do filme.
"A sua experiência revelou-se um elemento fulcral para a composição decorativa, na aproximação ao rigor histórico presente nos seus objetos e adereços, e na conceção da imagem artística do período medieval retratado", diz o cineasta.
A parceria em causa foi formalizada através de um protocolo de colaboração entre a empresa municipal Feira Viva, a Federação das Coletividades de Cultura e Recreio do Concelho da Feira, a Sociedade de Turismo de Santa Maria da Feira e a produtora Diálogos Atómicos.
Como contrapartida à atual cedência de material cénico, esse protocolo estabelece que "todos os objetos produzidos especificamente para as gravações do filme serão depois cedidos, a título definitivo e gratuito, à Viagem Medieval, cuja marca também será associada a todo o material promocional da obra".
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