Em 1968,
«Moon Zero Two», de
Roy Ward Baker apresentou a colonização da Lua em toada de «western» espacial, e
«Countdown», de
Robert Altman, parodiou a corrida ao espaço entre americanos e russos.
Mas o filme que mudou tudo foi, nesse mesmo ano,
«2001: Uma Odisseia no Espaço», de
Stanley Kubrick, que mostrou viagens espaciais e astronautas em solo lunar com uma credibilidade que pulverizou todos os filmes que lhe antecederam. A partir daí, o cinema nunca mais seria o mesmo e a ficção científica também não.
De qualquer forma, e paradoxalmente, as aventuras do cinema na Lua terminariam quase por completo com a própria chegada do Homem ao satélite terrestre em 1969. A partir daí, a Sétima Arte partiria em busca de outros mundos para conquistar, como Marte ou Saturno.
Desde então, o futuro parece ter-se tornado passado e as viagens à lua no cinema têm sido feitas essencialmente como recriações das missões Apollo ao espaço, merecendo
«Apollo 13» (1995), de
Ron Howard, o maior destaque de todos, além da nota da curiosidade que é o filme de animação
«Os Mosconautas no Mundo da Lua» (2008), com três moscas em viagem na Apollo 11.
Porém, tudo indica que está prestes a chegar um filme que poderá provocar um renascimento do fascínio pela Lua: o seu título é apenas
«Moon» e estreou no início deste ano no Festival de Sundance, recebendo os mais rasgados elogios. Neste instante, começa a ter estreia alargada um pouco por todo o mundo, sempre com críticas surpreendentes, que sublinham a impressionante meditação sobre a humanidade que está no seu cerne.
«Moon» é uma fita independente, que marca a estreia na realização de longas-metragens de
Duncan Jones, filho de
David Bowie. A história é a de Sam Bell (
Sam Rockwell), que está terminar uma solitária missão de três anos na Lua, com o objectivo de recolher um gás natural que poderá reverter a crise de energia na Terra. Como única companhia tem um robô chamado Gertie (com voz de
Kevin Spacey), que ele começa a suspeitar estar a tentar tomar o seu lugar. Mas não será isso apenas uma ilusão provocada pela extrema solidão?
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